retomada

Emprego manda sinais positivos

Campinas registrou a abertura de 1.931 vagas formais de emprego em fevereiro, um crescimento de 63,9% na comparação com o mesmo mês de 2018

Maria Teresa Costa
26/03/2019 às 07:37.
Atualizado em 04/04/2022 às 21:15

Campinas registrou a abertura de 1.931 vagas formais de emprego em fevereiro, um crescimento de 63,9% na comparação com o mesmo mês de 2018, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério da Economia. O levantamento mostra que é o terceiro ano consecutivo de saldos positivos e crescentes em fevereiro — e o melhor desempenho desde 2014. Na microrregião de Campinas, com 16 cidades, o saldo de empregos foi de 5.027 em fevereiro, 185% superior a fevereiro de 2018. Na soma dos dois primeiros meses de 2019, a geração de empregos foi de 1.902 postos. O aumento no saldo de vagas foi puxado pelo setor de serviços que gerou 2.086 postos de trabalho e compensou positivamente o fechamento de 856 vagas no comércio e 29 na agropecuária em fevereiro. Na indústria, o saldo foi de 493 postos e na construção civil, 192, setores em que a retomada do crescimento se mostrava mais lenta que comércio e serviços. No mês passado, segundo o Caged, foram admitidas 13.898 pessoas e desligadas 11.967, com um saldo de 1.931 vagas criadas. Nos últimos 12 meses, Campinas admitiu 147.549 trabalhadores com carteira assinada e demitiu 142.698 — um saldo de 4.851. Segundo o economista da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Laerte Martins, os números mostram a retomada lenta da economia. O setor de serviços, que soma, em janeiro e fevereiro, a criação de 2.086 postos com carteira assinada, é o que mostra reação mais robusta. “O problema é o comércio, grande empregador, que está com nível de empregabilidade negativo, com o fechamento de 856 vagas, o que mostra que as vendas ainda não conseguiram se recuperaram por causa do desemprego. Quem não tem renda, não compra. As famílias estão muito endividadas e só a retomada forte da economia e as reformas poderão mudar esse quadro”, disse. Avaliação A avaliação mensal da Acic em relação às vendas do comércio mostram que Campinas e região tiveram 4,18% de quedas na comercialização em relação a janeiro e de 1,62%¨quando comparada a fevereiro de 2018. Além de ser um mês de menos dias corridos, que influenciaram negativamente na aquisição de bens e serviços, trata-se de um mês em que ainda as famílias costumam gozar férias. O baixo poder de compra no mês indicou um pequeno aumento nas vendas à vista (+0,42%) e uma queda de (-3,40%) nas vendas a prazo. Os dados do Caged divulgados ontem apontam que o Brasil criou 173.139 empregos com carteira assinada em fevereiro, o melhor desemprenho para o mês desde 2014. Foram abertas 260.823 vagas formais. No período, o estoque de empregos alcançou 38,6 milhões de postos de trabalho formais, um aumento de 0,45% em relação ao mês anterior e de 1,51% em relação ao mesmo período do ano passado. O saldo do mês é mais que o dobro do registrado em fevereiro de 2018, quando foram gerados 61.188 postos. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o saldo de 2019 chega a 207,4 mil, superior em 68,4 mil ao do mesmo período de 2018 (139 mil) e em 130,9 mil ao de 2017 (76,4 mil). SALDO DE VAGAS NA MICRORREGIÃO DE CAMPINAS Americana                 346 Campinas               1.931 Elias Fausto               236 Holambra                   94 Hortolândia               456 Indaiatuba                607 Jaguariúna               -118 Monte Mor                189 Nova Odessa            462 Paulínia                   -544 Pedreira                   172 Sta Bárbara              253 Sumaré                    514 Valinhos                    92 Vinhedo                   179 FEVEREIRO O emprego em Campinas Admissões       13.898 Demissões       11.967 Saldo               1.931 Fonte: Caged Secretário celebra os números e vê sinal de retomada O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, anunciou ontem que o mercado de trabalho brasileiro criou 173.139 empregos com carteira assinada em fevereiro, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). “Há sinal de que a retomada de empregos será consistente em 2019. O Caged registrou o melhor resultado para fevereiro desde 2014, quando foram criados 260 mil empregos”, afirmou. “Construção civil, serviços e atacado apresentaram recuperação importante de empregos. A perspectiva é de que a retomada de empregos se mantenha nos próximos meses”, completou. O resultado de fevereiro ficou bem acima do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo canal Projeções Broadcast. As projeções eram de geração de 45.000 a 135.795 vagas, com mediana de 82 mil postos de trabalho. Para Marinho, o resultado do emprego melhor do que o esperado pelo mercado é um sinal de que a economia vai bem. "A visão mais liberal do governo Bolsonaro passa confiança à economia real, e os empresários começaram a contratar mais. Temos tomado diversas medidas para desburocratizar a economia. A pauta mais importante do governo é o equilíbrio fiscal, sobretudo com reforma da Previdência", acrescentou. O saldo de fevereiro decorre de 1,453 milhão de admissões e 1,280 milhão de demissões. Em fevereiro de 2018, a abertura líquida de vagas havia chegado a 61.188, na série sem ajustes. Em janeiro havia ocorrido a abertura líquida de 38.335 vagas com carteira assinada. Com isso, no acumulado do primeiro bimestre do ano, o saldo do Caged é positivo em 211.474 vagas. Setores O resultado do mês foi puxado pelo setor de serviços, que gerou 112.412 postos formais, seguido pela indústria de transformação, que abriu 33.472 vagas de trabalho. Também tiveram saldo positivo no mês a administração pública (11 395), a construção civil (11.097 postos), o comércio (5.990 postos), a extração mineral (985 postos) e os serviços industriais de utilidade pública (865 postos). Apenas a agricultura registrou o fechamento de vagas, com saldo líquido negativo de 3.077 empregos em fevereiro. Salário médio O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada teve alta real de apenas 0,06% em fevereiro de 2019 ante o mesmo mês de 2018, para R$ 1.559,08, segundo dados do Caged. Na comparação com janeiro, houve queda de 4,13%. O maior salário médio de admissão em fevereiro ocorreu na administração pública, com R$ 2.272,56. Já o menor salário médio de admissão foi registrado na agropecuária, com R$ 1.340,50. Contrato intermitente Os dados do Caged mostram a criação líquida de 4.346 empregos com contrato intermitente em fevereiro. De acordo com os dados do Ministério da Economia, o emprego intermitente registrou admissão total de 8.299 trabalhadores em fevereiro, ao mesmo tempo em que houve 3.953 demissões. Houve ainda a abertura de outras 3.404 vagas pelo sistema de jornada parcial. As duas novas modalidades foram criadas pela reforma trabalhista. O Caged informou ainda que houve 19.030 desligamentos por acordo no mês de fevereiro, o maior volume desde que essa opção foi criada, no fim de 2017. (Estadão Conteúdo) Executivo pede cautela na análise Apesar da expressiva criação de vagas formais em fevereiro, o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, avaliou que é preciso ter cautela ao projetar os resultados para o restante do ano. O mercado de trabalho brasileiro criou 173.139 empregos com carteira assinada em fevereiro, de acordo com dados do Caged. “É importante ter prudência e cautela com números do Caged. Todos os setores indicam recomposição de investimentos e retomada do emprego, há sinal de retomada, mas a sequência de resultados positivos depende de continuidade de aprovação de medidas e reformas pelo governo e pelo Legislativo”, acrescentou. (EC)

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