TRÂNSITO

Emdec retira carro recuperado depois de uma semana

Segundo o boletim de ocorrência, o carro permaneceu no local porque "não existe serviço de guincho estadual e a Emdec se recusou a remover veículos de furto/roubo

Cecília Polycarpo
28/07/2015 às 20:39.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:43
O Voyage de Pinhalzinho (SP) havia sido furtado, mas o proprietário não foi localizado ( César Rodrigues/ AAN)

O Voyage de Pinhalzinho (SP) havia sido furtado, mas o proprietário não foi localizado ( César Rodrigues/ AAN)

A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) removeu nesta terça-feira (28) o carro encontrado pela Polícia Militar (PM) que estava há uma semana na calçada da Rua Dona Luísa de Gusmão, no Parque São Quirino. O Voyage de Pinhalzinho (SP) havia sido furtado, mas o proprietário não foi localizado. No boletim de ocorrência registrado pela PM, no último dia 20, consta que o carro permaneceu no local porque “não existe serviço de guincho estadual e a Emdec se recusa a remover veículos de furto/roubo”. Em nota, a Emdec informou que não teve registro de acionamento, por parte da polícia, para a remoção do veículo. No entanto, a empresa pública fez o guinchamento e encaminhou o carro ao pátio municipal. A nota diz ainda que a Emdec “acionou a PM para que realize a apreensão do veículo e solicite o encaminhamento do mesmo para o distrito policial”. A empresa disse ainda que tenta localizar o dono do Voyage. O carro estava obstruindo completamente a passagem de pedestres no local. Trabalhadores da via disseram que o veículo foi deixado no ponto de madrugada há mais de 15 dias. Questionada sobre o caso anteontem, a Emdec havia informado que a remoção de veículos em casos de furto ou roubo são de atribuição do Estado. A nota oficial diz que “em algumas situações pontuais, como em casos emergenciais em que o veículo localizado está causando transtorno ou insegurança ao trânsito, ou inteiramente sobre o passeio”, a empresa municipal colabora com a remoção. A remoção não havia sido realizada porque a Emdec não havia sido acionada. O Estado não possui serviço de guincho em Campinas, por isso a empresa municipal faz o reboque de carros multados pelas polícias Civil ou Militar. O serviço prestado pelo município é, inclusive, alvo de ação do Serviços de Reboque, Resgate, Guincho e Remoção de Veículos do Estado de São Paulo (Segresp), que pede que motoristas de carros guinchados em ações da PM paguem a taxa estadual mais baixa de R$ 233,35, ao invés dos R$ 325,71 cobrados no pátio administrado pela Emdec.PropinaO serviço de guincho de Campinas é tema de reportagens do Correio desde o dia 16, quando o jornal mostrou que o número de carros levados ao pátio da Prefeitura triplicou no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014. No dia 17, outra matéria denunciou um esquema de pagamento de propina a guincheiros para retirada irregular de veículos do pátio municipal. No sistema fraudulento, o motorista que sai do pátio com carro precisando de manutenção, paga R$ 70,00 para que empresas de reboque credenciadas pela Emdec deixem o carro em vias próximas. Dessa forma, o condutor vai para seu destino dirigindo, quando deveria ir guinchado. As altas taxas cobradas pela Administração também são alvo de reclamações de condutores.

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