TARIFAÇÃO

Emdec prevê Zona Azul em bairros de Campinas

Projeto expande cobrança para ruas e bolsões de áreas de lazer no Bosque, Taquaral e Cambuí

Luciana Félix
14/08/2013 às 07:40.
Atualizado em 25/04/2022 às 05:27
Rua que dá acesso ao Bosque dos Jequitibás e o bolsão de estacionamento do parque deverão ser áreas de Zona Azul: projeto em elaboração ( Gustavo Tilio/Especial para a AAN)

Rua que dá acesso ao Bosque dos Jequitibás e o bolsão de estacionamento do parque deverão ser áreas de Zona Azul: projeto em elaboração ( Gustavo Tilio/Especial para a AAN)

A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) finaliza um projeto que irá expandir, até o final do ano, a Zona Azul para bairros como Cambuí, Taquaral, Bosque e Ponte Preta. A intenção é ampliar as vagas, passando das atuais três mil para 10 mil. O projeto também irá aumentar o número de vagas disponíveis na área central e no Guanabara. Um grupo de estudos formado por técnicos da empresa está criando um mapa da cidade e fechando uma radiografia das áreas de estacionamento candidatas à instalação. Além de vias públicas, o sistema passará a funcionar em bolsões de áreas de lazer, como os da Lagoa do Taquaral e do Bosque dos Jequitibás. Foto: Gustavo Tilio/Especial para a AAN Bolsão de estacionamento na Lagoa do Taquaral, que também está na mira para instalação da cobrança O objetivo da Emdec é organizar a circulação e dar maior rotatividade às paradas permitidas com os bilhetes, além de aumentar em quatro vezes a arrecadação, que hoje não passa de R$ 200 mil mensais. A instituição também quer acabar com a ação de “flanelinhas” nesses pontos.Mesmo sem sair do papel o projeto já gera polêmica. Usuários de parques e comerciantes do entorno reclamam da futura cobrança de vias próximas dessas áreas e dos bolsões de estacionamento. Na Lagoa do Taquaral, por exemplo, comerciantes já iniciaram um abaixo-assinado contra a instalação de Zona Azul no local. Os comerciantes acreditam que a cobrança na área irá espantar clientes diários.A Emdec não informou a localização exata dos novos pontos nos cinco bairros que iniciarão a Zona Azul e nem o número estimado das paradas permitas por meio de bilhete. Mas afirmou que a cobrança pode se estender para mais bairros do município.Além de ampliar a atuação do sistema, a empresa pretende reformular e modernizar o modo de operação, funcionamento e o controle da Zona Azul. O plano é que seja feito um monitoramento eletrônico, mantido por uma empresa especializada, a ser escolhida por meio de processo licitatório até novembro. Após o certame e com a contratação, a Emdec passaria a ter função de fiscalizar e acompanhar este monitoramento feito pela empresa.Por celularO novo sistema poderá abolir os conhecidos talões vendidos nas ruas e passaria a funcionar com tecnologia via celular. O motorista envia um SMS pelo telefone para adquirir créditos para a vaga e também para ampliar o tempo de parada no local. Serão vendidos crédito com tempo estipulado a partir de 30 minutos e na sequência, de 1h, 2h e 3h.Uma central de monitoramento, criada pela empresa vencedora da licitação, fará o registro do usuário com a placa do veículo e o tempo que foi adquirido. A Emdec e a empresa concessionária poderão acompanhar on-line o tempo de crédito e o local estacionado.O projeto prevê também a criação de novos postos de venda dos espaços de estacionamento e a existência de monitores de vagas, que também poderão vender créditos, via cartão de crédito ou dinheiro, conforme o tempo de uso que o usuário desejar.A empresa ainda terá a responsabilidade de manter fiscais circulando para, no caso de irregularidades, acionar um agente da Emdec para multar os motoristas infratores. Hoje, a multa aplicada para o motorista que estaciona em área da Zona Azul sem o cartão pode chegar a R$ 53,00, além de três pontos na carteira.O órgão não informou se haverá aumento no valor das vagas com a implantação no novo sistema. O último reajuste da Zona Azul ocorreu em maio desse ano quando a tarifa passou a custar R$ 3,00 para o período de duas horas. O valor não sofria alteração havia dois anos (era R$ 2,70).DesaprovaçãoInsatisfeitos com a futura cobrança, comerciantes e usuários da Lagoa do Taquaral começaram na semana passada a preparação de um abaixo-assinado contra a medida. Eles não querem a cobrança municipal nas vias do entorno do parque e muito menos nos bolsões. “Percebemos que algo estava acontecendo há duas semanas quando vimos que funcionários da Emdec estavam contando as vagas nos bolsões de estacionamento. Ao indagá-los, informaram do estudo sobre a Zona Azul. É um absurdo porque é um parque muito movimentado e que não tem necessidade disso”, afirmou Carlos Barbosa dono de uma banca de jornal. Ele acredita que o movimento do comércio local vai cair com a cobrança. “Tem gente que vem diariamente aqui. Muitos nem vêm para praticar esporte, mas para ler jornal, comer. Eles não vão vir mais. Imagina ter que pagar para ficar 15 minutos. Não dá.”O também comerciante José Antonio Bueno, proprietário de um carrinho de cachorro quente, também acredita que a tarifação vai prejudicar todo mundo. “Já começamos a recolher o abaixo-assinado. As pessoas vão deixar de frequentar o parque. Não vão querer ter essa despesa. Hoje tem os flanelinhas e elas pagam se quiserem. Muitas que ficam pouco tempo não pagam. Acho errado eles fazerem isso.”

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por