Avenidas John Boyd Dunlop, Lix da Cunha, Prestes Maia e Amoreiras são as mais atingidas pelos congestionamentos
Mesmo com o sinal verde, veículos permanecem parados na Avenida Orosimbo Maia, em um final de tarde da última semana; Campinas tem pelo menos 15 pontos de lentidão no trânsito (Kamá Ribeiro)
Um levantamento realizado pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), a pedido do Correio Popular, aponta os 15 pontos da cidade que enfrentam maior lentidão em horários de pico. O ranking mostra que as avenidas Lix da Cunha, John Boyd Dunlop, Prestes Maia e Amoreiras são as mais congestionadas da cidade. A Emdec não apresentou uma média do tempo perdido pelos motoristas campineiros nos congestionamentos. No entanto, condutores ouvidos pela reportagem relataram um tempo médio de cerca de uma hora desperdiçadas no trânsito. Essa situação levou até alguns entrevistados a sugerirem a possibilidade de um sistema de rodízio, como o existente em São Paulo. A Emdec, porém, descartou essa medida, apostando em semáforos inteligentes e ações dos agentes de trânsito para aliviar o congestionamento desses locais.
Para calcular o ranking, a Emdec somou os pontos de lentidão registrados pela Central de Monitoramento de Operações durante as ocorrências de trânsito mais vagaroso registradas. A empresa reforçou que os dados são parciais, uma vez que os agentes conseguem coletar cerca de 30% das amostras de lentidão, mas a somatória é uma amostra que pode servir como parâmetro para constatar quais são as vias municipais mais problemáticas. Dentro desse contexto, a Lix da Cunha é a via com o maior acúmulo de lentidão, somando 24,5 KM. A John Boyd Dunlop aparece em segundo, com 24 KM. A Prestes Maia aparece em terceiro com 18,5 KM e a avenida das Amoreiras somou 12,8 KM de lentidão.
Além desses principais pontos de lentidão, a Emdec identificou o problema nas avenidas Orozimbo Maia, Dr. Moraes Salles, Luiz Smânio, Benjamin Constant, Barão de Itapura, José de Souza Campos, Anchieta e Senador Saraiva. A Via Expressa Waldemar Paschoal, rua Irmã Serafina e a Estrada da Rhodia também compõem a lista.
Com relação ao fluxo diário, a Emdec informou que é identificado pelos equipamentos de fiscalização eletrônica, radares. No entanto, a empresa não tem atualização do fluxo para 2025. As informações consolidadas em 2024 apontam que as avenidas com o maior fluxo diário registrado nos dois sentidos, foram a Prestes Maia com 106 mil veículos por dia, Lix da Cunha somou cerca de 63 mil veículos, John Boyd Dunlop com um fluxo de 57 mil veículos e a avenida das Amoreiras apresentou um fluxo diária de aproximadamente 50 mil veículos.
O aumento do fluxo de carros está diretamente ligado ao aumento de 115% da frota registrada em Campinas nos últimos vinte anos. No ano de 2005, a cidade possuía 464.505 veículos. Após duas décadas, em abril de 2025, a frota era de 1.000.403 veículos, segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o que corresponde a 0,87 veículos por habitante. O índice per capita de Campinas supera, por exemplo, o da cidade de São Paulo, que tem 0,85 veículo por habitante, e o de Guarulhos, uma cidade com população um pouco maior, mas que registra 0,64 veículos per capita.
"Acho que chegou o momento de fazer igual São Paulo", afirmou o engenheiro civil Flávio Henrique Machado, 31 , se referindo ao sistema de rodízio da capital paulista, que limita a circulação de veículos automotores em determinadas áreas e horários, de acordo com o número final da placa. Machado considerou que o aumento da frota campineira é um dado que reflete positivamente a oportunidade das pessoas em adquirir um veículo. "Mas a geografia das ruas limita esse crescimento". Ele trabalha com móveis planejados e conta com clientes em vários bairros da cidade. Para atender a demanda de trabalho precisa sair da região do Ouro Verde e depende principalmente das avenidas John Boyd Dunlop e Amoreiras. "Quando tenho que visitar os clientes de manhã, ao invés de sair de casa às sete e meia saio às seis para conseguir atender o cronograma".
Gleber Greco, 54, representante comercial, concordou que uma das soluções para amenizar os gargalos no trânsito seria o rodízio de placas. "Seria uma solução imediata, porque como vão aumentar as vias agora?", questionou. Greco há mais de 30 anos dirige em Campinas. .
O coordenador de Fiscalização e Operação de Trânsito da Emdec, Marcelo Carpenter, explicou que 40 minutos de espera em um viário é o suficiente para que a empresa de trânsito busque soluções para desbloquear o fluxo. Duas das principais medidas adotadas pela Emdec são a Onda Verde e a instalação de semáforos inteligentes. Sobre a possibilidade de rodízio em Campinas, Carpenter afirmou que o assunto já foi demandado, mas não há nada em andamento ou em discussão. De acordo com o coordenador, Campinas não comporta rodízio em curto prazo ou pelos próximos anos. ‘’
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