APÓS RECLAMAÇÕES

Emdec decide criar passagem de pedestres no Terminal Central de Campinas

Mesmo com as catracas, pessoas que não usarão ônibus poderão atravessar local

Thiago Rovêdo
20/05/2022 às 08:59.
Atualizado em 20/05/2022 às 08:59
Caminho pelo qual pedestres poderão atravessar o terminal, após funcionamento das catracas, está sendo concretado (Gustavo Tilio)

Caminho pelo qual pedestres poderão atravessar o terminal, após funcionamento das catracas, está sendo concretado (Gustavo Tilio)

Após reclamações de pedestres e camelôs, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) iniciou a construção de um caminho alternativo para os passageiros, pedestres e camelôs que precisarem atravessar o Terminal Central sem precisar pagar a tarifa do transporte público. Isso porque, a empresa já colocou as catracas eletrônicas nas entradas do terminal, que funciona sob o Viaduto Miguel Vicente Cury no Centro da cidade. A empresa não informou quando esses equipamentos entrarão em operação.

Foram instaladas quatro catracas na entrada que dá acesso ao terminal pela Avenida Moraes Sales e Rua Álvares Machado, e outras quatro na parte dos fundos, que faz a ligação com a Estação Cultura. Por enquanto, elas estão isoladas com cavaletes da Emdec e faixas zebradas. Até que os equipamentos entrem em operação, um portão existente em cada um dos acessos permite a entrada das pessoas que vão utilizar o transporte público ou querem atravessar o local para ir de um lado para outro da região central. 

De acordo com o vereador Carlinhos Camelô (PSB), a decisão de fechar o terminal ao trânsito de pedestres que não vão utilizar o transporte coletivo dificultaria a vida das pessoas que passam pelo local apenas para encurtar o percurso pelo Centro. 

Por isso, o vereador procurou a Administração Municipal para discutir alternativas. "Conversei com a Emdec, com a Secretaria de Serviços Públicos, enfim, foram 15 dias de conversas, desenho de projetos, até que achamos um traçado dentro do próprio terminal que vai beneficiar todos e não prejudicar o restante das intervenções", afirmou.

O caminho alternativo vai poder ser acessado pelos dois lados do terminal, próximo das entradas onde vão funcionar as catracas. O traçado já está sendo concretado e a próxima fase será a intervenção de jardinagem. "Com isso, as pessoas terão acesso às barracas dos camelôs, que não serão prejudicados com a perda de movimento no comércio. Além disso, ninguém vai precisar dar a volta pelo lado de fora do terminal, e isso também é uma questão de segurança", disse o parlamentar.

O Terminal Central já teve catracas no passado, que eram utilizadas apenas para calcular o número de pessoas que passavam pelo local. Com o passar dos anos, esses equipamentos quebraram, não receberam manutenção e foram retirados da área, liberando de forma total os portões. 

Terminais já fechados

Atualmente, Campinas dispõe de três terminais de ônibus onde os usuários pagam a tarifa de transporte na entrada e não no veículo: Barão Geraldo, Campo Grande e Ouro Verde. Enquanto isso, nos terminais Central, Vida Nova, Padre Anchieta, Vila União, Metropolitano e Mercado, a passagem de ônibus é cobrada diretamente em cada veículo - são os chamados terminais abertos.

A presidente do Sindicato dos Empreendedores Individuais de Ponto Público Fixo e Móvel de Campinas (Sindipeic), Maria José Salles, conhecida como Zezé, explicou que esse fechamento do Terminal Central era esperado, com preocupação, há anos pela categoria. "Enquanto a gente não tiver nosso espaço próprio, que até estamos tentando construir, vai ser sempre desse jeito. Há muitos anos, se fala em fechar o Terminal Central e, desta vez, parece que vai acontecer mesmo", contou.

Privatização

Hoje, estão em andamento estudos da Socicam, empresa que administra a Rodoviária de Campinas, que pretendem definir qual será o modelo necessário para a privatização dos terminais de ônibus urbanos e das estações de transferência. O vencedor poderá explorar os espaços, mas também terá que revitalizar, conservar e fazer a gestão desses locais. De acordo com a Emdec, a concessão incluirá 36 estações e oito terminais do BRT (Bus Rapid Transit) e mais oito terminais normais, além de seis estações de transferência convencionais.

No começo da semana, a Emdec foi procurada para se posicionar sobre a instalação das catracas e outros pontos, além de informar quando a operação irá entrar em funcionamento, mas se limitou a distribuir a seguinte nota, sem esclarecer de forma mais detalhada as dúvidas dos usuários: "O Terminal Central está recebendo obras de revitalização, que visam a melhorar as condições de infraestrutura aos usuários do transporte público coletivo".

A reportagem voltou a entrar em contato na quinta-feira (19) pedindo mais detalhes sobre o novo projeto para o Terminal Central, mas até o fechamento da edição não houve retorno.

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