RESOLUÇÃO

Emdec cobrará 'taxa de guincho' em Campinas

Serviço, que terá valor mínimo de R$ 290, era isentado para recolhimento de carro roubado ao pátio

Milene Moreto
29/10/2013 às 08:07.
Atualizado em 24/04/2022 às 23:34
Carros depositados no pátio municipal: arrecadação da Prefeitura de Campinas com a nova taxa poderá chegar a R$ 2,3 milhões ao ano ( Cedoc/RAC)

Carros depositados no pátio municipal: arrecadação da Prefeitura de Campinas com a nova taxa poderá chegar a R$ 2,3 milhões ao ano ( Cedoc/RAC)

O governo do prefeito Jonas Donizette (PSB) vai passar a cobrar uma “taxa de guincho” no valor mínimo de R$ 290,00 para carros abandonados após roubo ou furto e levados ao pátio municipal depois do recolhimento pela polícia. Esse serviço de remoção era isentado pela corporação. A cobrança começará na próxima sexta-feira. Por dia, 22 carros furtados, roubados ou com problemas na documentação são levados ao pátio, o que daria uma arrecadação diária de R$ 6,4 mil com a nova taxa. Ao ano, a cobrança vai gerar uma receita que pode chegar a até R$ 2,3 milhões ao Executivo.Na mesma resolução, publicada ontem no Diário Oficial do Município, que institui a taxa, o Executivo isenta os proprietários de automóveis apreendidos pela polícia de pagar diárias pelo uso do pátio. O recolhimento de carros por guincho é cobrado em casos de remoção de veículos por infração administrativa, como a falta de pagamento de licenciamento, por exemplo.O presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Sérgio Benassi, afirmou que atualmente a cidade arca com as despesas de guincho e do pátio — geradas pelo volume de veículos encaminhados pela polícia — sem receber nenhuma contrapartida do governo do Estado, que deveria operar o sistema na cidade.A cobrança, segundo Benassi, vai auxiliar nos gastos com a operação do pátio. “A intenção não é onerar nem criar problemas. A polícia precisa fazer as investidas, a fiscalização e as apreensões. Os carros precisam ir para algum lugar e, atualmente, o serviço de remoção e estoque desses carros é feito pela Emdec, mesmo não sendo de sua responsabilidade. O que acontecia, o delegado encaminhava o carro para o nosso pátio com uma carta liberando o proprietário dos custos”, disse Benassi.A Prefeitura atualmente conta com um serviço de guincho terceirizado para atuar na remoção dos carros apreendidos. O contrato é de R$ 2 milhões por ano. A Emdec paga por remoção cerca de R$ 90,00 para a empresa contratada.Benassi afirmou que atualmente a Emdec paga toda a estrutura do pátio, dos guinchos, dos funcionários e arca com todas as despesas para a remoção e armazenamento dos veículos. Para ele, o Estado deve dar início à operação de um pátio próprio e maior para realizar o serviço na cidade. “Mesmo com essa cobrança, o problema do pátio precisa ser resolvido com urgência. Estamos à beira do caos. Temos uma área disponível para a implantação de outro pátio, temos interessados em assumir a concessão que é de responsabilidade do governo do Estado, via Secretaria de Segurança Pública. O local deve contar também com peritos e investigadores. Os entendimentos estão avançados com a Secretaria de Segurança. Sem esse novo espaço, nós vamos caminhar para uma situação dramática. Não tenho mais onde colocar os veículos”, disse Benassi. A área destinada para a operação fica no Distrito Industrial e possui 70 mil metros quadrados. No entanto, o governo do Estado ainda não se manifestou sobre o assunto. EstoqueDados da Emdec de julho deste ano mostram que o pátio da empresa pública recebe 22 veículos por dia, enquanto 18 saem. O acúmulo é de quatro automóveis diariamente. A capacidade do pátio de 26 mil metros quadrados, no Jardim São João, é de 2 mil vagas, mas hoje abriga cerca de 8 mil veículos. Do total depositado nesse pátio, cerca de 5 mil são resultado de apreensões da Polícia Civil por furto, roubo, sequestro, envolvimento em acidentes ou questões que mantêm os veículos à espera de decisões da Justiça. Outros 2 mil veículos já viraram sucata.Apesar das tentativas de esvaziar o pátio municipal, que já está saturado, o número de veículos apreendidos ainda é grande. Por causa da superlotação, 1,5 mil estão recolhidos na sede da Emdec, na Vila Industrial. Outros 707 veículos, incluindo caminhões e ônibus, estão no Departamento de Inspeção Veicular (DIV) da Emdec, no Jardim Satélite Íris II.A grande maioria — 95% dos veículos — são originados de apreensões realizadas pelas polícias Militar e Civil, os outros 5% são apreensões feitas pela Emdec.

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