Nesta segunda-feira (20), a reportagem encontrou o litro da gasolina com um custo médio de R$ 2,99 e do etanol a R$ 1,89
O mercado sentiu a diminuição do consumo, que já chega em 30% neste ano (Elcio Alves/ AAN)
A gangorra de preços dos combustíveis em Campinas está pendendo para baixo desde a última semana. Parte dos postos instalados na cidade reduziram em até R$ 0,20 o custo do litro de etanol e da gasolina nas bombas. No setor, diferentes motivos são apontados para a baixa: maior oferta de produto com a chegada da safra da cana-de-açúcar, redução da demanda e guerra de preços. O mercado sentiu a diminuição do consumo, que já chega em 30% neste ano. As férias escolares pioraram o cenário - e o caminho para muitas revendas foi baixar o preço desde a sexta-feira da semana passada. Quem ganha é o consumidor que pesquisa preços antes de encher o tanque. Como nem todas as revendas entraram na guerra de preços, o motorista deve ficar atento às placas que indicam o custo do litro dos combustíveis nos postos. Nesta segunda-feira (20), a reportagem encontrou o litro da gasolina com um custo médio de R$ 2,99 e do etanol a R$ 1,89. O menor valor foi de R$ 2,87 para o derivado de petróleo e de R$ 1,75 para o produto da cana-de-açúcar. O foi de R$ 3,19 e de R$ 2,09, respectivamente. Com uma diferença tão grande, compensa para o consumidor pesquisar com atenção e rodar um pouco mais. “Nem todos os lugares reduziram os preços do litro da gasolina e do álcool. Rodo muito por Campinas, Sumaré e Paulínia e noto diferenças nos valores. O motorista tem que procurar por um posto em que tenha confiança na qualidade do produto e que esteja com um preço bom”, comentou o motorista Antônio Edson Joaquim Filho. Ele ressaltou que utiliza mais etanol do que gasolina no carro. “Mesmo com a queda, o álcool ainda está caro”, disse. O casal Toshie Maruyama e José Roberto Ribeiro reduziu o uso do carro e comprou um veículo mais econômico para gastar menos com combustível. “Passamos a rodar menos e também economizamos quando trocamos o nosso carro por outro que consume menos. Sempre abasteço no mesmo posto porque ele oferece bons preços e produto de qualidade”, disse a economista. MercadoA redução de preços dos combustíveis começou na semana passada e a tendência é que dure até o final deste mês, quando terminam as férias escolares. Os revendedores reclamaram que o mercado está muito ruim e que a estratégia foi reduzir o custo na bomba para garantir o movimento. Eles também se queixaram das margens achatadas. Neste ano, é a segunda vez que os donos de postos promovem uma guerra de preços. O proprietário do Auto Posto Cazzonatto, Antônio Cazzonatto, afirmou que a redução é um movimento do mercado para tentar aumentar as vendas de combustíveis, que caíram muito neste ano. Segundo ele, “o mercado está pagando para trabalhar e os proprietários conseguem apenas pagar o custo de funcionamento das revendas”. Cazzonatto disse que desde a semana passada já diminuiu R$ 0,20 o custo do litro da gasolina e do etanol. “Vivemos um momento muito difícil, com a economia em queda. Isso tem reflexo nos postos e a diminuição dos preços é fruto de uma estratégia para tentar atrair os consumidores. Um posto baixa o preço aqui e logo outro parte para a mesma estratégia para não perder a freguesia”, comentou. LevantamentoPesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostrou que, na semana de 12 a 18 de julho, o preço mínimo da gasolina encontrado em Campinas foi de R$ 2,999 e o máximo de R$ 3,449, com custo médio de R$ 3,178. Já o etanol saía de R$ 1,959 a R$ 2,299 - valor médio de R$ 2,080.