CAMPINAS

Em greve, bancários decidem abrir exceções

Apesar do movimento, os bancários abriram exceções para o atendimento de idosos e de reeducandos do sistema prisional durante esta semana

Adriana Leite
09/10/2015 às 21:51.
Atualizado em 23/04/2022 às 04:06
Presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Jeferson Boava, afirmou que o movimento dos trabalhadores foi forte e coeso e pressionou os bancos ( César Rodrigues/ AAN)

Presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Jeferson Boava, afirmou que o movimento dos trabalhadores foi forte e coeso e pressionou os bancos ( César Rodrigues/ AAN)

A greve dos bancários ganha força em Campinas e Região, com mais agências e postos fechados nesta sexta-feira (9). Mas apesar do movimento, os bancários abriram exceções para o atendimento de idosos e de reeducandos do sistema prisional durante esta semana. Nesta sexta, mil reeducandos foram atendidos em duas agências do Banco do Brasil em Campinas por 15 funcionários para receber os recursos referentes ao trabalho que realizam por meio de programas sociais da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Balanço do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região apontou que nesta sexta 211 locais estavam fechados. Desse total, 112 eram na cidade de Campinas; outros 99 estavam instalados em 32 das 37 cidades da base do sindicato. Em todo o País, de acordo com dados da entidade sindical, 10.369 locais de trabalho estavam com o atendimento suspenso em decorrência da greve. Nesta sexta-feira pela manhã, a reportagem da Agência Anhanguera de Notícias (AAN) verificou que duas agências na Avenida Governador Pedro de Toledo abriram uma exceção para atender mil reeducandos do sistema prisional que receberiam recursos referentes a participação em programas de trabalho. Eles precisavam descontar o cheque de pagamento diretamente no caixa. O governo do Estado teria solicitado ao banco e aos funcionários que pudessem atender os reeducandos. Depois de um diálogo com o sindicato, foi definido que gerentes de diferentes agências (que não estão em greve) atenderiam os reeducandos. Uma força-tarefa de 15 pessoas atuou nas duas agências. O trabalho foi realizado sem nenhuma interferência do atendimento nos caixas eletrônicos e sem tumulto. O presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Jeferson Boava, afirmou que duas demandas pontuais foram atendidas nesta semana: pagamento dos aposentados e dos reeducandos. “O movimento de greve está indo muito bem e se fortalece todos os dias. Nesta semana, houve dois momentos que pediram ações específicas: o atendimento aos aposentados e aos reeducandos. Os bancos trabalham com equipes de contingenciamento durante greves. Foram essas equipes que atenderam esses dois públicos”, explicou. Ele comentou que ainda não há nenhuma nova mesa de negociação marcada entre representantes da categoria e dos bancos para discutir a pauta de reivindicações dos trabalhadores. “Estamos aguardando uma nova sinalização dos bancos. A proposta inicial foi totalmente rejeitada pela categoria e o resultado é a greve que começou nesta semana”, ressaltou. Cerca de 52 mil trabalhadores estão parados  A greve registrou ontem a adesão de cerca de 52 mil funcionários e a suspensão das atividades em 700 locais de trabalho, sendo 677 agências e 23 centros administrativos, segundo balanço divulgado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior da categoria no País. Os caixas de autoatendimento continuam funcionando normalmente. Os bancários pedem reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais aumento real de 5,6%), vale-refeição e vale-alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 788,00) e manutenção do emprego. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propõe reajuste de 5,5% - projeção de inflação calculada pela entidade para os próximos 12 meses. A greve começou na última terça-feira, após cinco rodadas de negociações sem sucesso. Na próxima terça, os líderes sindicais se reúnem em São Paulo para decidir os rumos do movimento. (Agência Estado)

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