NA UNICAMP

Em Campinas, vistoria não identifica carrapato em praça

Suspeita é que vítima de febre maculosa tenha se infectado no local

Ronnie Romanini [email protected]
28/07/2022 às 08:48.
Atualizado em 28/07/2022 às 08:48
Busca por carrapatos-estrela foi realizada na Praça da Paz, na Unicamp (Gustavo Tilio)

Busca por carrapatos-estrela foi realizada na Praça da Paz, na Unicamp (Gustavo Tilio)

O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), da Secretaria de Saúde de Campinas, realizou na quarta-feira (27)  uma nova pesquisa acarológica na Praça da Paz da Unicamp para investigar o grau de infestação no campus do carrapato-estrela, vetor da febre maculosa. Porém, não foram encontrados ou capturados carrapatos no local. A ação foi feita por uma equipe da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) após o óbito de um homem de 30 anos, por febre maculosa, em 28 de junho. Na ocasião, a investigação feita pelo Devisa apontou a Praça da Paz como o local provável dessa infecção.

O médico infectologista docente da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e assessor da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), Plinio Trabasso, afirmou que é importante ter cuidado e buscar informações sobre prevenção, mas o fato de não terem sido encontrados carrapatos tranquiliza, pois significa que eles não existem no local ou que a presença é pequena. 

De acordo com o médico, embora a investigação epidemiológica tenha apontado a Praça da Paz como local provável dessa infecção, ela não é uma área de risco extremo. "Não dá para ter certeza, mas a melhor coisa é a prevenção e o cuidado. Estamos distribuindo material educativo, colocando placas de alerta com orientações. Também orientamos nossas equipes assistenciais a ficarem alertas. A gente sempre faz isso, pois esta é uma época do ano com mais casos de febre maculosa, então, reforçamos as orientações para a equipe médica."

Durante a época de sazonalidade da doença, os profissionais de saúde são orientados a incluir a hipótese da febre maculosa quando do atendimento a pacientes com sintomas inespecíficos, comuns a outras doenças, como febre e mialgia. Os profissionais foram orientados a investigar se o paciente com esses sintomas esteve em áreas de risco.

Caso alguém apresente sintomas, principalmente febre, dores musculares e de cabeça, o ideal é procurar atendimento com agilidade. A doença é tratável, mas pelos sintomas inespecíficos, muitos ignoram os sinais. Sem tratamento adequado, a evolução da doença para o óbito pode acontecer em poucos dias. Um sintoma mais específico e identificável da febre maculosa é o aparecimento de manchas vermelhas, porém elas surgem depois dos primeiros sinais.

Quem passar por áreas de vegetação e de mato, especialmente as que são próximas a cursos hídricos, deve ficar atento por duas semanas para o aparecimento dos sintomas. Especialistas recomendam não deixar partes do corpo expostas nesses locais e, em caso de permanência prolongada, observar perna, braços, a pele no geral a cada duas horas. O carrapato precisa de um período grande para passar a bactéria para o ser humano, por isso, a recomendação de inspeção constante.

Caso um carrapato seja identificado, o importante é retirá-lo da maneira correta. Esmagar ou espremer o carrapato desencadeia um processo que terminará acelerando a contaminação. O correto é, com o uso de uma pinça, retirá-lo pelo corpo dele. Em Campinas, a febre maculosa matou três pessoas em 2022.

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