contas bancárias sob risco

Em Campinas, usuários excluem apps com medo de roubos

Febraban elenca medidas para as pessoas aumentarem sua proteção

Isadora Stentzler
01/05/2022 às 11:58.
Atualizado em 01/05/2022 às 11:58
Medo faz com que alguns usuários desinstalem o aplicativo quando vão a lugares com muita gente (Ricardo Lima)

Medo faz com que alguns usuários desinstalem o aplicativo quando vão a lugares com muita gente (Ricardo Lima)

Usuários de aplicativos de banco têm adotado medidas para garantir a proteção de seus dados. Elas vão desde a exclusão dos aplicativos antes de saírem para eventos com grande número de pessoas até a recorrente mudança de senhas. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), embora não se tenha registros de violação da segurança desses aplicativos, cuidados devem ser tomados pelos usuários para evitar problemas em caso de roubo ou perda dos aparelhos celulares. 

Só no mês de fevereiro, de acordo com o último dado atualizado da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP), no Portal da Transparência, foram registrados, em Campinas, 325 furtos de aparelhos celulares e outros 493 roubos.

Com medo do que bandidos podem fazer sob posse do aparelho, que carrega aplicativos de bancos, é que uma mulher, de 46 anos, que pediu para não ser identificada, opta por excluir o aplicativo toda vez que vai a algum lugar em que haja grande concentração de pessoas. A última vez que fez isso, foi no festival Lollapalooza. “Sempre adotei essa prática, principalmente em grandes festivais de música, onde a concentração de pessoas é grande e a chance de furto é enorme. Assim, caso eu seja vítima de furto no evento, pelo menos fico tranquila, porque ninguém terá acesso aos meus dados bancários. Mesmo o aplicativo do banco pedindo reconhecimento facial para desbloquear, ainda assim é mais seguro nem ter rastros no celular de alguma relação com o banco. Quem quer roubar senha de banco consegue dar um jeito”, defende. 

Já o engenheiro de software Márcio Zabeu, de 37 anos, utiliza todos os recursos de segurança fornecidos pelos sistemas para garantir a segurança dos seus dados e também dos seus aplicativos.
“Uso biometria, autenticação em duas etapas, limite de transferência para PIX (diurno e noturno), uso senhas bem construídas e, principalmente, nunca deixo meu celular em lugares de fácil acesso para furto: bolsos de trás, em cima de mesas, etc”, elenca.

Zabeu só passou pelo furto de celular no ano de 2012, quando ainda não existiam todos os recursos por meio de aplicativos nos celulares como hoje. Mas como sabe que furtos e roubos podem ocorrer a qualquer momento, pontua que a informação e a cautela são amigas para quem quer se manter protegido. “Um dos maiores riscos que contribuem para a falta de segurança é a desinformação. Muitas pessoas usam senhas simples, de fácil descobrimento, desconhecem a autenticação em duas etapas. Muitas vezes, elas não sabem nem sequer as medidas de segurança oferecidas pelos serviços que utilizam. E tudo isso pode ser acessado facilmente em canais de atendimento e sites dos serviços”, orienta. 

O que fazer

Segundo a Federação, os aplicativos dos bancos contam com o máximo de segurança em todas as suas etapas, desde o seu desenvolvimento até a sua utilização. Mesmo assim, qualquer pessoa que tenha o celular roubado ou furtado, precisa notificar imediatamente a sua instituição bancária para que medidas adicionais de segurança sejam adotadas, como o bloqueio do aplicativo e senha de acesso. 
“Não há registro de violação da segurança desses aplicativos, os quais contam com o que existe de mais moderno no mundo para esse segmento. Além disso, para que os aplicativos bancários sejam utilizados, há a obrigatoriedade do uso da senha pessoal do cliente”, aponta. 

Desde abril do ano passado, a Febraban lembra ainda que o usuário também pode controlar seu limite no sistema de pagamento instantâneo, podendo reduzir ou aumentar o valor disponível para a efetivação de transações e pagamentos, seguindo à risca as instruções normativas do Banco Central. A medida é uma alternativa importante para ajudar o cliente na gestão e controle de transações no PIX, por exemplo. 

Segundo análise da Federação, como muitos roubos de aparelhos celulares ocorrem em vias públicas, durante o uso do celular pelas pessoas, os criminosos aproveitam a brecha para pegar o celular já desbloqueado, o que facilita a pesquisa no aparelho das senhas.

“Muitos usuários anotam suas senhas de acesso ao banco em blocos de notas, e-mails, mensagens de WhatsApp ou em outros locais do celular. Também há casos de clientes que usam a mesma senha de acesso do banco em outros aplicativos, sites de compras ou serviços na internet. E esses apps, em grande parte dos casos, não contam com sistemas de segurança robustos e proteção adequada das informações dos usuários.”

A Febraran elencou algumas orientações para que as pessoas contem com mais segurança em suas contas. 

“A senha da instituição bancária deve ser exclusivamente usada para acessar sua instituição financeira; nunca use a mesma senha em outros aplicativos. Jamais anote senhas de acesso no banco em blocos de notas, e-mails, mensagens de WhatsApp ou outros locais em seu celular; memorize-a para o uso”, orienta.

Outras orientações são a de utilizar a ferramenta de bloqueio da tela de início do celular e jamais salvar as suas senhas em navegadores e sites.

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