RESULTADO PÍFIO

Em Campinas, redução do ICMS ao gás de cozinha faz preço cair em R$ 5

Valor não trará impacto significativo na renda média das famílias, projeta economista

Isadora Stentzler/ [email protected]
05/07/2022 às 09:10.
Atualizado em 05/07/2022 às 09:10
Rapaz empilha os botijões em revendedora: valor médio praticado em Campinas para o botijão de 13 quilos, com base em 11 comércios, era de R$ 114,54, entre 26 de junho e 2 de julho (Kamá Ribeiro)

Rapaz empilha os botijões em revendedora: valor médio praticado em Campinas para o botijão de 13 quilos, com base em 11 comércios, era de R$ 114,54, entre 26 de junho e 2 de julho (Kamá Ribeiro)

A redução da base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para o gás de cozinha (GLP), anunciada no último sábado pelo Governo do Estado de São Paulo, chegou ontem às revendedoras de Campinas traduzida em uma queda no preços de até R$ 5 no produto final. O governador informou a redução em R$ 3,38 no valor do ICMS, passando de R$ 13,30 para R$ 9,92. Em Campinas, revendedoras visitadas pela reportagem já estavam operando com o novo valor, ontem.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o valor médio praticado em Campinas para o botijão de 13 quilos, com base em 11 estabelecimentos, era de R$ 114,54, entre os dias 26 de junho e 2 de julho deste ano. No mesmo período, o valor máximo praticado era de R$ 120 e, o mínimo, R$ 110. Com a redução na base de cálculo do ICMS, a média ficará em R$ 111,16. 

Ontem, a reportagem esteve em três estabelecimentos do município. Dois deles estavam operando com o novo valor e um permanecia com o preço congelado, em R$ 114,99. 

Em um dos comércios que haviam aplicado a redução, a queda foi de R$ 5. Segundo o proprietário Helge Alves Drumond, o local foi abastecido no dia com um carregamento de 140 botijões de 13kg, com o valor reduzido. Por opção, segundo ele, foi aplicada a redução de mais R$ 2 para favorecer o consumidor, permitindo o preço do botijão a baixar de R$ 114,99 para R$ 109,99. Ele ainda aplicou a redução do valor nos outros 240 botijões que estavam no estoque.

“O objetivo é possibilitar a venda. Ainda que haja um impacto no valor, acabamos ganhando no volume, porque acaba saindo mais”, explica.

Segundo ele, que há 17 anos mantém a distribuição, o botijão do gás de cozinha nunca havia chegado a um valor tão alto. “Tive que dispensar funcionários. Enquanto os valores aumentavam, a margem de lucro diminuia, uma vez que o consumidor acabou tendo que reduzir o uso e assim economizar na compra do produto”. 

Em outro estabelecimento, o valor também caiu de R$ 114,99 para R$ 109,99. Metade dos botijões estavam com o novo valor, a outra metade com o preço antigo. Segundo a funcionária Elizane de Souza Neves, antes da pandemia, eram vendidos uma média de 1,6 mil botijões ao mês. Hoje, esse número se reduziu a mil.

“Acredito que com a redução do preço do botijão, poderemo vender pelo menos 200 botijões a mais ao mês”, calcula. 

Segundo o economista Roberto Brito de Carvalho, professor da PUC-Campinas, apesar da queda no valor, a redução não será suficiente para impactar a renda média das famílias. “Recebemos apenas notícias de aumento de preço e ter uma de diminuição já é boa, mas não suficientemente boa para ser comemorada ao ponto de haver uma folga no orçamento doméstico. O fato é que a redução é muito pequena. Estamos falando de R$ 3 a R$ 5 cada botijão comprado pelas famílias e isso absolutamente impacta em quase nada no bolso do consumidor, mas, pelo menos, oferece um alívio para pelo menos evitar aumento de preços nos próximos dois meses”, acredita.

Redução

O impacto correspondente na receita de ICMS alcançará R$ 853 milhões em valores anualizados. A medida, anunciada pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB), soma-se ainda à redução na alíquota do ICMS da gasolina de 25% para 18%, anunciada no início da semana passada. 

Também foram reduzidos de 25% para 18%, desde 23 de junho, o ICMS em operações com energia elétrica, em relação à conta residencial que apresente consumo mensal acima de 200 kWh, e de serviços de comunicação. A decisão segue o que determina a lei federal sancionada na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

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