NO HOSPITAL MÁRIO GATTI

Em Campinas, mutirão de prevenção ao câncer de pele atenderá à população

Mobilização, no sábado, é voltada principalmente a quem suspeita estar com a doença

Ronnie Romanini/ [email protected]
02/12/2022 às 08:24.
Atualizado em 02/12/2022 às 08:24
Profissional de saúde usa equipamento para avaliar manchas e pintas: pessoas com lesões que crescem e sangram espontaneamente ou não cicatrizam devem procurar um especialista (Caios Lucilius)

Profissional de saúde usa equipamento para avaliar manchas e pintas: pessoas com lesões que crescem e sangram espontaneamente ou não cicatrizam devem procurar um especialista (Caios Lucilius)

Acontece no sábado (2) um mutirão de prevenção e diagnóstico de câncer de pele no ambulatório de Dermatologia do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. O atendimento ocorrerá entre 9h e 15h e o mutirão é aberto a toda a população, principalmente àqueles que têm suspeita de estar com câncer de pele.

Pessoas com lesões de pele que estão crescendo, sangram espontaneamente ou não cicatrizam, além de pintas escuras que em poucos meses aumentam ou mudam a cor, podem procurar espontaneamente o ambulatório do Mário Gatti no sábado.

A iniciativa é uma parceria entre a Dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Prefeitura de Campinas e Hospital Mário Gatti. Caso haja um diagnóstico indicativo, as consultas especializadas e os procedimentos estão previstos para ser realizados em até dois meses. Ainda haverá a distribuição de materiais educativos e conversas visando à conscientização da população. 

Os interessados em passar pelo exame devem levar o RG ou CPF, cartão SUS e comprovante de endereço para a realização de cadastro, nos casos positivos de câncer. O uso de máscara é obrigatório e as medidas de distanciamento serão seguidas devido ao recente aumento de casos de covid-19.

O mutirão acontece justamente no mês em também é desenvolvida a campanha Dezembro Laranja, ação promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) desde 1999. A campanha nacional busca a conscientização sobre o câncer de pele e, este ano, tem como slogan a mensagem "Não espere até sentir na pele".

Hospital PUC-Campinas

O Serviço de Dermatologia do Hospital PUC-Campinas também realiza no sábado (2), no mesmo horário das 9h às 15h, uma campanha gratuita de prevenção contra o câncer de pele. A iniciativa acontece no Ambulatório de Especialidades do SUS e é voltada também à demanda espontânea. A expectativa é a de receber até 400 pessoas com suspeita de câncer de pele. Em caso de diagnóstico positivo, o tratamento do paciente será feito no próprio hospital.

Prevenção e sinais de alerta

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tumor maligno com maior incidência no Brasil é justamente o de pele não melanoma, com 31,3% dos casos. Embora seja menos frequente, com cerca de 8,4 mil casos por ano no país, o câncer de pele melanoma é o mais letal. Entretanto, a cura pode chegar a 90% dos casos se houver diagnóstico e tratamento precoces.

O Registro de Câncer de Base Populacional de Campinas aponta que, de 2010 a 2017, foram cerca de 2,5 mil casos novos de câncer não melanoma por ano. A média anual de casos de melanoma mais grave e com menor incidência é de 100 casos.

Segundo a SBP, o melanoma, geralmente, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Esse sinal pode mudar de cor, formato e tamanho, além da possibilidade de causar sangramento. Caso qualquer lesão suspeita na pele seja detectada, a orientação é a de procurar imediatamente um dermatologista. A hereditariedade também tem um papel importante no desenvolvimento do melanoma, sendo que, as pessoas com casos da doença em integrantes da família, precisam se submeter a exames preventivos regularmente, principalmente se houver diagnóstico em um parente de primeiro grau. "Temos quatro fatores de risco: idade acima dos 40 anos, exposição solar crônica intensa ao longo da vida (principalmente sem proteção), indivíduos com pele, cabelos, olhos claros ou com muitas sardas, manchinhas, e pacientes com histórico familiar de câncer de pele, em especial o melanoma", explicou a docente da disciplina de dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Andréa Eloy.

A especialista, que também é membro titular da SBD, acrescentou que o mutirão tem uma dupla importância: a de educar e diagnosticar. "Uma parte da campanha é educativa, a gente vai informar sobre o câncer de pele, como diagnosticá-lo, prevenir, independentemente se as pessoas que estão lá têm lesões suspeitas ou não. A outra parte visa diminuir a demanda, em especial dos casos mais graves, como o melanoma, que é menos comum, mas o mais grave. Penso que há essa dupla importância, encaminhar [para tratamento] os casos positivos e também a educativa."

A dermatologista Anelise Dutra avaliou que, durante o período mais quente, de verão, a intensidade da radiação da luz solar é maior. Portanto, a prevenção é fundamental e o filtro solar um forte aliado. "É preciso ir ao dermatologista anualmente e fazer uma vistoria, procurar lesões diferentes (...) não podemos nos esquecer do filtro solar, ele protege contra o câncer, envelhecimento e manchas. A boa hidratação também é uma importante maneira de prevenir a qualidade da pele, para ela não ficar fina, ressecada." 

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