NO JARDIM CHAPADÃO

Em Campinas, moradores questionam poda de árvores pela CPFL

Companhia alega que a ação foi emergencial e necessária

Isadora Stentzler/ [email protected]
08/06/2022 às 09:52.
Atualizado em 08/06/2022 às 09:52
Poda de árvores no Chapadão: CPFL justifica ação por risco de acidente (Ricardo Lima)

Poda de árvores no Chapadão: CPFL justifica ação por risco de acidente (Ricardo Lima)

A poda de diversas árvores da Rua Papa Pio XII, no Jardim Chapadão, pela CPFL Paulista, chamou a atenção de moradores do entorno, que questionaram a regularidade do corte. Segundo eles, o corte pode prejudicar as árvores e deveria ser realizado com o acompanhamento de um especialista. A CPFL justificou a ação afirmando que critérios técnicos foram adotados e seguidos e ainda que a poda foi necessária devido a riscos na rede elétrica. 

As espécies podadas ficam na extensão do número 99 ao 199 da rua. Foram feitos cortes no meio das árvores, mas, em algumas, de menor espessura, ficaram sem galhos e com pouco mais de dois metros de altura. 

Na terça-feira (7) pela manhã, uma equipe da CPFL Paulista fazia a retirada dos galhos que estavam ao lado da calçada.

Claudemir Vezehaci, que mora em um dos prédios à frente, foi um dos moradores que questionou o método. Segundo ele, que pesquisa de forma autônoma sobre jardinagem, a poda foi realizada de maneira irregular e pode trazer prejuízos às árvores, como fungos. “Eu não aprovei. Se fosse para mexer nas árvores teria que fazer a poda certa, caso contrário, isso pode gerar fungos e prejudicar a própria árvore. Eles são especialista em eletricidade e não em poda”, rebateu. Outro morador, que não quis ser identificado, mencionou o desrespeito à natureza. 

Bióloga e doutora em Biologia Vegetal, Rita de Cássia Violin Pietrobom, aponta que as árvores devem ser pensadas para o espaço urbano, porém, que no caso de vegetação já existente, podas de manutenção devem ser feitas para evitar riscos. “O ideal, quando se fala em urbanização urbana, é adequar o tamanho da planta em relação aos objetos do entorno. No caso de vias urbanas, seria ideal que não houvesse árvores de grande porte, mas, como elas são preexistentes, deve-se proceder uma poda de manutenção, de limpeza”, defende. 

Ela defende que esse serviço seja realizado por profissional especializado, que leve em conta a arquitetura da copa da árvore e sua estrutura. “Se ela é mal feita, você pode desestabilizar essa planta, causando o risco de queda, em caso de tempestades.”

Em nota, a CPFL Paulista informou que a poda foi de caráter “preventivo e emergencial”, “para livrar a rede elétrica e evitar riscos de danos à rede elétrica, que possam comprometer a segurança das pessoas e o fornecimento de energia”.

A companhia também defendeu que foram seguidos critérios técnicos para evitar agressões desnecessárias às árvores e que engenheiros, técnicos e eletricistas da CPFL e de empresas terceirizadas recebem informações teóricas e práticas para executar o serviço de maneira adequada. “Os trabalhos são monitorados pelos especialistas em meio ambiente da empresa e visam afastar os galhos das árvores da rede elétrica”, menciona em trecho. 

A responsabilidade por toda e qualquer poda de árvores é da Prefeitura. No entanto, quando a rede elétrica está sob risco, a CPFL Paulista pode executar o serviço por ser considerada “a condição para reparos emergenciais”, nesses casos.

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