SUPEROU

Em Campinas, Mais Médicos agora é 'brasileiro'

Profissionais do País superam os estrangeiros no programa do Ministério da Saúde em Campinas

Inaê Miranda
inae.miranda@rac.com.br
30/01/2018 às 23:06.
Atualizado em 22/04/2022 às 09:27

Profissionais do Mais Médicos trabalham no CS do Jardim Paranapanema, assim como no Taquaral e 31 de Marçor (JONAS - Fernanda Sunega/PMC)

O número de médicos brasileiros superou o de estrangeiros no programa Mais Médicos do governo federal em Campinas. De acordo com a Secretaria de Saúde, atualmente 99 profissionais atuam nas Unidades Básicas do município. Desse total, 51 são brasileiros e 48 são estrangeiros, entre os quais 45 são cubanos. A ampliação da participação de brasileiros, segundo coordenador da atenção básica e articulador da atenção primária em Campinas, Carlos Eduardo Cantúsio Abrahão, é uma diretriz nacional. “Já era previsto que aporte emergencial de estrangeiros fosse gradualmente substituído por brasileiros e isso está acontecendo”, explica. Os profissionais são disponibilizados para os municípios pelo Ministério da Saúde. Em dezembro de 2016 eram 84 médicos, entre eles havia 14 brasileiros e 68 estrangeiros. Do total de estrangeiros, 65 eram cubanos. Em dezembro do ano passado, essa proporção se inverteu. Do total de 96 médicos, 49 eram brasileiros e 47 estrangeiros - sendo 44 cubanos. A presença maciça dos profissionais cubanos se dá em razão do convênio de colaboração com o governo de Cuba, através da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Criado em 2013, durante o governo petista de Dilma Rousseff, o Programa Mais Médicos ampliou a assistência na Atenção Básica, fixando médicos nas regiões com carência de profissionais. No País, o programa conta com 18.240 vagas em mais de 4 mil municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), levando assistência para cerca de 63 milhões de brasileiros. De acordo com o Ministério da Saúde, do total de médicos participantes, 47,1% são profissionais da cooperação com a OPAS, 45,6% brasileiros formados no Brasil ou no exterior e 4,16% são intercambistas estrangeiros. Do total dos 99 médicos atuando em Campinas, a comissão de acompanhamento municipal pediu na última reunião do ano passado o afastamento de quatro profissionais - três brasileiros e um cubano - por inexperiência ou incompatibilidade técnica. O afastamento depende do Ministério da Saúde. “Nós, enquanto gestores municipais, recebemos, acompanhamos e locamos no trabalho. Agora a retirada do programa ou substituição depende do ministério”, explica. A comissão, formada por supervisores e tutores, deve se reunir no dia 15 de fevereiro para avaliar outros cinco casos de profissionais com alguma incompatibilidade. Sucesso de 90% Abrahão afirma que 90% dos profissionais estão dando certo no município e apenas uma pequena parte apresenta problema, tanto em relação aos brasileiros quanto aos estrangeiros. “É difícil estabelecer generalizações porque temos bons médicos do intercâmbio com a OPAS e também temos médicos desse convênio com problemas, assim como profissionais brasileiros. Mas a grande maioria, entretanto, atende bem”, diz. Ele ressalta que, especialmente nos últimos ciclos de médicos, alguns vêm com pouca experiência. “E temos tido um pouco de dificuldade de adaptação deles numa cidade complexa como Campinas.” Ele diz que a vantagem em relação aos brasileiros é o idioma. A desvantagem é que alguns deles são formados no exterior, especialmente em países da América Latina, e chegam sem experiência. A comissão de acompanhamento municipal está fazendo uma força-tarefa para dar apoio aos profissionais com o objetivo de aumentar a segurança deles, do serviço e da população. “Orientamos os supervisores e os médicos da unidade a ficarem mais perto, ajudando e apoiando.” Uma das críticas dos conselhos de medicina com relação ao programa é que os profissionais formados no exterior precisam prestar o exame Revalida para atuar como médicos no Brasil. O programa Mais Médicos, entretanto, não exige o Revalida. O registro dos profissionais é feito pelo próprio Ministério da Saúde. Em relação ao Programa em si, Abrahão defende que o Mais Médicos traz contribuições significativas para o município, já que possibilita a ampliação da cobertura, o aprofundamento de estratégias de saúde da família. “O aporte é positivo. O fato de ter alguns problemas aqui ou acolá não invalida o programa.”

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