INUSITADO

Em Campinas, há um bairro com postes no meio da rua

Motoristas têm que se desviar dos pilares de concreto no Núcleo Residencial da Paz

Edimarcio A. Monteiro/ [email protected]
14/09/2022 às 10:03.
Atualizado em 14/09/2022 às 10:03
Numa situação curiosa e até mesmo perigosa, um dos postes fica longe da calçada, impossibilitando que dois carros passem pelo local ao mesmo tempo, embora a rua seja de mão dupla (Gustavo Tilio)

Numa situação curiosa e até mesmo perigosa, um dos postes fica longe da calçada, impossibilitando que dois carros passem pelo local ao mesmo tempo, embora a rua seja de mão dupla (Gustavo Tilio)

Motoristas que transitam pela Rua João Vitorino da Silva, no Núcleo Residencial da Paz, convivem com uma situação inusitada e perigosa: são supreendidos por postes instalados bem no meio da via. A situação existe há mais de 20 anos, mas se agravou há um ano, quando o bairro começou a ser asfaltado, o que exigiu o alargamento da rua. Em consequência, os postes de concreto acabaram ficando na rua, e não na calçada.

Isso impede a passagem de dois veículos ao mesmo tempo, embora a rua tenha mão dupla, o que obriga um dos motoristas a parar para permitir a passagem do outro, que vem em sentido oposto. Na João Vitorino, há dois locais onde isso ocorre. “Está muito perigoso esses postes aí. Os motoristas descem acelerado e, muitas vezes, quase aconteceram acidentes”, afirma o aposentado Nelson Pedro Neto, um dos primeiros moradores do local.

De acordo com ele, a Prefeitura e a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) já foram alertadas sobre essa situação, mas nenhuma providência foi tomada até agora.

Esse trecho da rua foi pavimentado há cerca de um ano, com a camada de asfalto contornando o poste, o que revela que a obra foi feita sem a sua remoção. No lado próximo à calçada, ficou uma passagem estreita, com espaço insuficiente para a passagem de um veículo. Essa situação obriga os motoristas a desviarem, deixando apenas uma pista de rolamento para a passagem dos veículos nos dois sentidos. 

Outro ponto

“Passaram o asfalto e deixaram do jeito que está aí”, reclama o estoquista Erick Alexandre Braga de Souza. Ele desconhece a ocorrência de acidentes no local, mas afirma que é comum os motoristas frearem bruscamente para evitar batidas. Esse poste fica próximo a uma esquina, onde converge o tráfego de veículos de três pontos. 

O operador de máquina João Máximo passa pela curiosa condição de ter um obstáculo na frente do carro ao estacioná-lo ao lado da residência. De acordo com ele, que mora no bairro já 23 anos, o poste sempre esteve no mesmo local, mas passou a invadir mais a via quando foram instaladas as guias para a preparação para a pavimentação. 

As pedras que servem de base para a camada asfáltica espalhadas na via indicam que o serviço será realizado em breve. Máximo espera que a realocação do poste ocorra antes do asfaltamento para evitar o que ocorreu no outro ponto da rua. Para ele, isso evitará que o pavimento seja quebrado para mudar o poste de local.

O operador de máquina também aponta o perigo dessa situação. “Na sexta, sábado, as pessoas tomam umas a mais e aumenta o risco de acidente”, afirma. Nas outras ruas do Núcleo Residencial da Paz, esse problema não existe, com os postes instalados na calçada.

Órgãos responsáveis

O assessor da presidência da Companhia de Habitação Popular de Campinas (Cohab), Marcelo Ferreira da Silva, justificou que os postes ficaram no meio da Rua João Vitorino porque a infraestrutura está sendo instalada conjuntamente com a regularização fundiária do bairro, que nasceu de uma invasão. Quando a rede elétrica foi instalada no passado, explica, não havia um projeto urbanístico para o Núcleo Residencial da Paz, com os postes ficando no ponto correto.

A Cohab, responsável pela regularização, acrescentou que a Secretaria de Serviços Públicos já solicitou à CPFL a realocação. A Companhia Paulista de Força e Luz divulgou, em nota, “que assumiu o compromisso de remoção dos postes, preocupada com os riscos à população.” A empresa acrescenta ainda que elabora um projeto e organiza a execução para que a população sofra o menor impacto possível. O cuidado está sendo tomado, acrescenta a CPFL, porque e obra afetará clientes críticos, como a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa). Na região, a empresa tem a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Capivari I, que atende uma população de 60 mil habitantes e capta 86 litros por segundo de esgoto, que deixaram ser lançados no Rio Capivari. 

No local, também há uma Estação de Produção de Água de Reúso (EPAR), que gera efluentes com 99% de pureza, que são fornecidos para o parque industrial de Campinas e região. A companhia reforça que trabalha para realizar no menor prazo possível a realocação dos postes, considerando os pontos citados.

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