MUDANÇA NO TEMPO

Em Campinas, frente fria traz chuva e frio e encerra estiagem de 58 dias

Julho registrou as temperaturas mais altas para o período nos últimos 30 anos

Isadora Stentzler/ isadora.stentzler@rac.com.br
30/07/2022 às 09:48.
Atualizado em 30/07/2022 às 11:18

Na sexta-feira, algumas pessoas foram pegas de surpresa com a virada no tempo, sendo preciso abrir os guarda-chuvas e retirar a blusa do armário (Gustavo Tilio)

Os efeitos da frente fria que chegou a Campinas já foram sentidos na sexta-feira (29), com o registro de precipitação e ligeira queda nas temperaturas, após 58 dias de forte estiagem. Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), foram 8,1 milímetros, índice ainda considerado baixo para o período. Para os próximos dias, a previsão é a de que os termômetros reduzam significativamente no decorrer da semana, variando de 8 a 23ºC. Chuvas mais intensas só devem atingir o município no domingo, dia 7 de agosto. 

Com a chegada da frente fria, a região de Viracopos registrou ventos com velocidades que foram de 40 a 45 quilômetros por hora, no período da manhã. Já as chuvas foram registradas entre o fim da manhã e início da tarde. Já por volta das 16h de sexta-feira (29), só havia registro de chuva na região do Vale do Paraíba.

Conforme explica o meteorologista do Cepagri, Bruno Bainy, essa frente fria que trouxe a chuva de sexta-feira (29) tem avançado mais para o interior do Estado, comportando-se de forma diferente das registradas anteriormente, entre junho e julho, que foram mais litorâneas. 

"Essa frente fria está passando mais pelo interior do continente e do Estado, afetando mais áreas, trazendo nebulosidade e chuvas. Por conta disso, a queda nas temperaturas será mais expressiva. Ainda esperamos para a nossa região alguma chuva e queda nas temperaturas para este fim de semana, quando deve haver declínio acentuado nas temperaturas, sobretudo próximo à noite", explica.

Bainy pondera que a frente fria pode trazer um volume de água bom para irrigar o campo. Esse tipo de precipitação é conhecido como "chuva agrícola". De acordo com o Cepagri, nesses 58 dias de estiagem, Campinas teve apenas dois registros de chuva, mas nenhum alcançou os 10 milímetros, que é o índice que marca a "chuva agrícola", que possui volume considerável. Em 18 de junho, choveu 1,8 milímetro e, no dia 10 de junho, 7,1 milímetros, o que é abaixo do necessário.

"Essa virada de tempo pode trazer chuvas e chuvas agrícolas para o município. Ainda não temos indicativo de que a chuva chegará a um volume de chuva agrícola. Pelo que vem se desenvolvendo no Sul do Estado, a gente deve ter chuvas até a região de Sorocaba, com volumes apreciáveis. Pode ser que, pontualmente, a gente tenha na região algum ponto recebendo 10 milímetros, mas não é uma expectativa de volume generalizado", pondera.

Previsão 

Para este sábado (30), as temperaturas devem ficar amenas, variando entre os 10ºC e 23ºC. Haverá predominância de sol, com alguns períodos de céu parcialmente nublado. Devido ao acentuado declínio das temperaturas na madrugada, o dia amanhece com temperatura em torno de 10ºC, e a máxima fica em torno de 23ºC. Os ventos seguem com intensidade moderada, sobretudo ao entardecer. 

Já no domingo (31), a expectativa é a de que haja uma amplitude térmica, com mínimas em torno de 8ºC ao amanhecer e máxima de 26ºC à tarde. A umidade relativa do ar mínima deverá seguir baixa, mesmo sob a perspectiva de chuva, mas a qualidade do ar irá melhorar pela dispersão dos poluentes. A partir de segunda-feira, 1º de agosto, as temperaturas voltam a subir consideravelmente, e já por volta de quarta-feira as máximas ficam em torno de 30ºC. "Julho foi um mês com temperaturas acima da média. Até o momento elas estão em torno de dois graus acima dos valores de referência. Isso faz com que o mês de julho deste ano seja o mais quente desde 1991", afirma.

"Vale destacar que julho não teve muitas oscilações na temperatura até agora. As temperaturas ficaram constantes. A segunda quinzena teve temperaturas um pouco mais elevadas que a primeira, mas não teve entrada de ar frio, nem mudanças bruscas na temperatura, como aconteceu no ano passado. Naquela época, julho teve ondas de frio bem intensas e que foram intercaladas por períodos bem quentes."

Chuvas só devem ocorrer no domingo, dia 7, com maior probabilidade entre os dias 8 e 15 de agosto. A partir da segunda semana de agosto, as temperaturas devem ficar um pouco abaixo da média. Ainda está prevista a passagem de uma nova frente fria que deve trazer chuvas com volumes mais significativos. Até os primeiros dias de setembro as chuvas devem se manter em baixos volumes.

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