AUSÊNCIA

Efetivo reduzido cancela rondas a pé no Centro

GMs aprovados no último concurso deverão ser chamados em 2014

Luciana Félix
04/09/2013 às 08:38.
Atualizado em 25/04/2022 às 03:25
Movimento na Rua 13 de Maio, Centro de Campinas: falta de patrulhamento a pé da GM gera insegurança (Érica Dezonne/AAN)

Movimento na Rua 13 de Maio, Centro de Campinas: falta de patrulhamento a pé da GM gera insegurança (Érica Dezonne/AAN)

A falta de um novo efetivo da Guarda Municipal (GM) cancelou as rondas a pé da corporação na região central de Campinas. Ao todo, cem candidatos a GM foram aprovados no último concurso da categoria, mas ainda não foram chamados para fazer o curso de formação da corporação e iniciar o trabalho. Eles seriam os responsáveis pelo patrulhamento na área. Porém, como não há uma previsão para que eles sejam convocados, as ruas do Centro continuam sem o patrulhamento a pé da GM.As rondas continuam sendo feitas com viaturas, bicicletas e motos. Porém, comerciantes e moradores da região reclamam que a presença da Guarda já não é tão constante como antes. Eles afirmam que essa ausência fez aumentar o número de moradores de rua na área.O secretário municipal de Segurança, Luiz Augusto Baggio, explicou que os guardas que fazem o patrulhamento a pé são os que acabaram de entrar para a corporação e nega que a Guarda tenha reduzido o efetivo. “O patrulhamento a pé é o primeiro passo na carreira da Guarda. Os que faziam esse tipo de trabalho no ano passado foram promovidos para outras categorias na corporação. Com isso, defasou o patrulhamento a pé, já que os GMs do concurso não foram chamados. Não tem como cobrir esse espaço”.O secretário explicou que o Município ainda não convocou os novos servidores de segurança por falta de orçamento. “Este ano a Prefeitura priorizou ao máximo as pastas de Educação e Saúde. Ano que vem será diferente e tenho certeza que eles serão chamados. Eles podem ser convocados até 2015. Só acho que este ano não irá acontecer por falta de verba mesmo”, alegou. ReclamaçõesO desaparecimento do patrulha a pé na região central foi um dos principais assuntos discutidos durante a reunião do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Centro no final do mês passado. O presidente do grupo, Fileto de Albuquerque, afirmou que tem recebido diversas queixas de moradores e comerciantes da área devido a falta dos GMs que tinham relacionamento direto com a comunidade.“É lamentável saber que há cem guardas para serem chamados e ninguém faz nada. A GM sempre faz falta, principalmente, para as pessoas que andam pelo Centro. Os comerciantes também sentem bastante, pois isso gera segurança. A presença dos guardas inibe as ações de bandidos. Queremos que volte a patrulha a pé”, afirmou.A comerciante Lana de Almeida possui uma loja de variedades e sente a falta de uma presença mais efetiva da corporação. “Antes eles passavam e paravam na frente do estabelecimento. Não queremos que eles sejam nossos seguranças particulares, mas a presença deles circulando ajuda a afastar os bandidos. Já sofri muito furto aqui. Os ladrões são sem vergonha. Roubam mesmo.”“Outro problema é quanto aos moradores de rua. Sem a GM atuando eles aumentaram muito. Antes eles revistavam essas pessoas, mas agora eles tomaram conta do Centro. Temos que fazer algo para ajudá-los. A Prefeitura precisa acordar pra isso. A cada semana aumenta e muito o número de moradores em condições de risco. A maioria deles não é da cidade”, ressaltou o presidente do Conseg.UniformesGuardas municipais ouvidos pela reportagem do Correio denunciaram que não recebem uniformes há mais de dois anos e meio. Muitos são obrigados a comprarem coturnos e até camisetas para trabalhar. Outros são obrigados a trabalhar com botas rasgadas e uniformes em péssimas condições.“Sou GM há mais de 6 anos e faz mais de 2 anos que não recebo fardamento novo. Tenho colega que comprou calça, camisa, botas para não trabalhar em trapos, é uma vergonha”, afirmou um GM que pediu para não se identificado.Outro guarda também reclamou da falta de uniformes na corporação. “Tenho dor na coluna e meu médico disse que é por causa do calçado que utilizo. Ele está gasto e sem condições de uso. Já reclamamos, pedimos para que providências sejam tomadas e nada é feito. É uma vergonha uma Prefeitura não ter dinheiro para comprar uniforme para seus servidores e obrigá-los a usarem esse lixo que esta”, disse outro servidor, que também pediu para ter o nome mantido em sigilo.O secretário da Pasta, Luiz Augusto Baggio, afirmou que está providenciando novos uniformes para a corporação, mas nega a situação denunciada. “Assim que assumi o posto ouvi a reclamação de falta de uniformes, mas não era tão problemática. Estamos providenciando essas roupas. Inclusive, temos algumas no estoque da corporação que são entregues aos GMs. Porém, pode acontecer casos específicos onde a numeração é mais difícil”, disse.

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