salários

Efetivo dos Correios entra em greve

Cerca de 450 funcionários paralisam atividades por falta de pagamento integral

Gilson Rei
09/07/2020 às 10:09.
Atualizado em 28/03/2022 às 21:09
Trabalhadores cruzaram os braços ontem e denunciaram várias irregularidades, como redução de benefícios (Wagner Souza/AAN)

Trabalhadores cruzaram os braços ontem e denunciaram várias irregularidades, como redução de benefícios (Wagner Souza/AAN)

Uma paralisação por tempo indeterminado foi iniciada ontem por aproximadamente 450 funcionários do Complexo de Cartas e Encomendas (CCE) da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) na rodovia Santos Dumont, próximo ao pedágio da divisa de Campinas com Indaiatuba. A manifestação começou por volta das 5h da manhã com cerca de 60 pessoas e, depois, ganhou a adesão dos funcionários que chegaram para o novo turno de trabalho. Os funcionários são responsáveis pela distribuição de cartas e encomendas dos Correios e Telégrafos na região de Campinas e resolveram encerrar as atividades ontem porque não receberam o pagamento integral da empresa MG Terceirizações, além de outras irregularidades. Um dos funcionários - que preferiu manter o nome em sigilo para não sofrer retaliações - explicou que a empresa disse que não tem condições de pagar e sugeriu o parcelamento do valor em duas datas. "A gente sempre recebeu no quinto dia útil, mas agora querem parcelar para os dias 16 e 29. No mês passado, houve o pagamento, porém com atraso. Além disso, a empresa não paga mais o vale-alimentação aos sábados, nem está pagando as horas extras", comentou. Segundo o funcionário, houve uma mudança de empresa terceirizada e o Correios e Telégrafos não tratou as bases do novo contrato com os funcionários. "Todos estão sem saber direito o que está acontecendo. As regras e os direitos trabalhistas sempre foram cumpridos normalmente e, desde que mudou de empresa terceirizada estamos sem rumo e perdendo direitos anteriores" , comentou. Outra denúncia é da existência de pessoas com Covid-19 e que não há testagem ou apoio da terceirizada. Os 450 funcionários trabalham em três turnos e reclamaram que não são informados sobre as mudanças no pagamento dos salários, nem sobre as reduções no vale-alimentação. "Um dos problemas grandes é com relação às horas extras. Além de não pagar o serviço realizado, quem é convocado a trabalhar mais horas fica com medo de recusar e ser demitido" , revelou. Por meio de uma nota, a empresa dos Correios informou, que estão em dia com o pagamento da empresa contratada e já tomaram as providências contratuais para regularizar a situação. Já a MG Terceirizações foi procurada, e declarou que passa por dificuldades financeiras e que fechou um acordo com o sindicato dos trabalhadores para parcelamento dos salários dos próximos três meses. Os funcionários informaram que não receberam contato de nenhum sindicato e que a paralisação será mantida.

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