Objetivo é incentivar que alunos e profissionais utilizem a bicicleta como meio de transporte, promovendo a saúde e contribuindo com o meio ambiente
(Adriano Rosa)
A Secretaria de Educação de Campinas está desenvolvendo um projeto para implantar bicicletários em escolas de Ensino Fundamental e revitalizar os que já existem em algumas unidades da rede municipal. A iniciativa busca incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte entre alunos e profissionais, promovendo hábitos saudáveis e contribuindo para a preservação do meio ambiente.
“Estamos avaliando as escolas que têm condições de receber um bicicletário, porque não são todas. O primeiro passo é analisar os espaços físicos disponíveis, já que a estrutura das escolas é diferente”, explicou Charles Durães Leite, diretor de Apoio à Escola.
A análise técnica das unidades vai definir onde será possível instalar os bicicletários de forma segura e funcional, promovendo o uso da bicicleta como uma alternativa viável de deslocamento para estudantes e funcionários.
EMEFEI JOÃO ALVES DOS SANTOS
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Educação Integral (Emefei) João Alves dos Santos, localizada na Vila Regina, o bicicletário surgiu como solução para um problema prático e acabou se tornando parte do dia a dia escolar.
Com 540 alunos matriculados, a unidade enfrentava dificuldades com o aumento no número de estudantes que chegavam de bicicleta, mas não tinham onde deixá-las.
“Elas ficavam espalhadas pela escola, e havia casos de alunos pegando a bicicleta do colega, o que gerava confusão”, contou a vice-diretora Lilian Carvalho Lima. A presença de barreiras físicas, como pontes e linhas do trem, também motivaram o uso da bicicleta como transporte mais acessível.
MAIS ESCOLAS
Outro exemplo é a Emefei Elza Maria Pellegrini Aguiar, no Parque Dom Pedro II. Com 274 estudantes matriculados, a escola também conta com um bicicletário em uso.
O aluno Nicolas Peres, de 15 anos, estudante do 9º ano, é um dos beneficiados com o espaço. Ele utiliza a bicicleta diariamente para chegar à escola. “Posso sair um pouco mais tarde de casa”, contou. Quem compartilha da mesma experiência do Nicolas é seu colega de escola, João Miguel Freitas, de 13 anos, e que está cursando o 8º ano. "A minha casa é ao lado da escola. Se eu vier a pé leva uns 10 minutos andando, já com a bicicleta é rapidinho. No trajeto, encontro outros amigos e vamos para a escola conversando”, disse João.
BENEFÍCIOS
A zeladora da escola João Alves dos Santos, Maria do Carmo, de 42 anos, conta que vai trabalhar de bicicleta para otimizar o tempo. Segundo ela, se fosse fazer o trajeto de sua casa a escola de ônibus, demoraria mais para chegar no trabalho. Já, com a bicicleta, ela leva 15 minutos.
“De bicicleta reduzo o caminho pelos bairros Chico Amaral, Três Marias e já estou em casa”, afirmou.
As caminhadas de casa até a escola, deixavam o aluno Ruam Menezes Sales de Souza, de 13 anos, bem cansado. Cursando o 8º ano, ele conta que desde março passado tem a “bike” como uma companheira de trajeto para as aulas. “É legal também porque encontro alguns amigos pelo caminho e a gente vem conversando. Outras vezes, eles falam que eu passo na frente deles”, conta o adolescente.
Para não chegar atrasado às aulas, Nicolas Santos Freitas, de 13 anos, também adotou a bicicleta como meio de transporte. Ao contrário de Juan que encontra os amigos pelo caminho, Nicolas relata que o seu percurso é solitário. “Venho sozinho porque moro do lado oposto dos meus amigos.”
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