Esses números apontam a possibilidade de serem necessários cinco anos para imunizar a maioria da população campineira
A velocidade da campanha da vacina para imunizar o campineiro pode frustrar muita gente. Se for tomada a projeção da Secretaria Municipal de Saúde para aplicar a CoronaVac em seis mil pessoas durante duas semanas, num ano serão injetadas somente 144 mil doses. Descartada a segunda aplicação nesse cálculo.
Desse modo, considerando apenas a população de 843 mil campineiros acima de 16 anos, que estavam aptos a votar em novembro de 2020, serão necessários cinco anos e oito meses para todos serem imunizados.
A pandemia se estende desde o início de 2020 e é um desafio para o Sistema Único de Saúde, para a rede privada de hospitais, para os médicos, enfremeiros e outros profissionais da área.
Fator que favorece, ainda, a contaminação e a mortandade pelo coronavírus é a resistência política de governantes em imergir no trabalho para reverter esse quadro. Estão mais preocupados com as disputas eleitorais do que com a população que os elegeu. O contraponto a essa atitude é o empenho dos servidores técnicos do Estado que buscam respostas à pandemia.
Esses números apontam a possibilidade de serem necessários cinco anos para imunizar a maioria da população campineira. Daí pode-se deduzir como será para o País.
Campinas é um município privilegiado com uma estrutura dinâmica no campo médico e hospitalar. Mesmo assim, planejar a campanha e executar a vacinação pelo menos nos indivíduos maiores de 16 anos são pesadelos no dia a dia da administração pública.
Os números parecem esfriar a esperança em programas de combate à covid-19, numa perspectiva de curto prazo. Vai exigir muito esforço do pessoal técnico da Saúde para elaborar ações que possam acelerar a imunização.
No último dia 17, o governador João Doria (PSDB) anunciou a primeira aplicação de vacina no Estado, em evento no Hospital das Clínicas da capital. Dez dias depois, 203.005 indivíduos foram imunizados. O Estado registra cerca de 45,9 milhões de habitantes. Em torno de 75% com idade acima de 15 anos. A projeção desses números revela que, até dezembro deste ano, pouco mais de sete milhões de paulistas serão imunizados.
Considerando a quantidade de vacinados até agora, São Paulo poderá imunizar a maioria da população em seis anos, ao menos. A aceleração desse programa, contudo, vai depender estrategicamente das ações governamentais, seja do município, do Estado ou da União.