Não se trata de luxo exigir que tais espaços públicos sejam bem cuidados e garantam a segurança de seus frequentadores
No dia 21 de fevereiro, um homem de 52 anos morreu eletrocutado ao encostar em um poste de iluminação localizado na Lagoa do Taquaral. Ontem (01/03), o Correio Popular se deparou com fiações expostas e energizadas em praça na Vila 31 de Março, na região leste de Campinas. Questionado pela reportagem, o diretor de esportes da Prefeitura Municipal afirmou que irá apurar o caso, mas não soube dizer quem é o funcionário responsável pela manutenção do local. O descaso com as praças e os parques da cidade, denunciados amiúde pelos moradores, não deixa outra alternativa que não seja responsabilizar a Administração pela morte ocorrida no Taquaral.
Não se trata de fatalidade quando erros do passado voltam a ser cometidos no presente. Não é de hoje que o Correio Popular tem alertado a Prefeitura sobre a situação de abandono a que estão submetidas áreas públicas voltadas para o lazer da população, principalmente na periferia, onde a precariedade é ainda maior.
Em cidades com mais de 1 milhão de habitantes e marcadas pela desigualdade social, como é o caso de Campinas, parques e praças adquirem um papel ainda mais relevante à socialização das pessoas. Portanto, não se trata de luxo exigir que tais espaços públicos sejam bem cuidados e garantam a segurança de seus frequentadores.
Exemplos de abandono não faltam. No jardim Madalena, próximo à Estação Anhumas, o Parque da Paz chama a atenção por seus 200 mil metros quadrados tomados pelo mato e pelo acúmulo de entulhos. Inaugurada em 2010, a área foi projetada para receber uma ciclovia e uma trilha, além de estrutura adequada para receber visitantes de todas as partes da cidade.
Sujeita à proliferação de insetos, bem como à presença de usuários de drogas, a população do entorno tem manifestado preocupação com a degradação progressiva do terreno. Não se pode isentar a administração pública por qualquer incidente que venha a ocorrer nesta e em outras áreas.
É preciso que o prefeito Dário Saadi, que até recentemente ocupava o cargo de Secretário de Esportes, assuma a responsabilidade que lhe foi conferida pelas urnas e coordene uma força-tarefa que reúna a Pasta outrora ocupada por ele e a Secretaria de Serviços Públicos, em busca de uma solução definitiva à precariedade de nossas praças e parques. Se não há recursos, por conta da crise, que se firme parcerias com o setor privado. Com vidas não se brinca.