O meio sindical trabalhista faz previsões pessimistas para 2021 e 2022 em relação à retomada das atividades econômicas. O desemprego bate recorde no País. Campinas e região são afetadas sem que haja no horizonte projetos governamentais eficazes para reverter tal cenário.
Campinas, conforme dados divulgados pela Associação Comercial e Indústrial (Acic), registrou 5.706 demissões no ano passado, um número menor do que o somado em 2019, de 10.716 dispensas. Ou seja, há dois anos as empresas do município intensificaram a suspensão dos contratos de trabalho provocada pela regressão da atividade econômica. Em 2020, a pandemia contribuiu para um cenário que indica pouca chance de reverter a oferta dos postos e vagas.
Conforme os índices da População Economicamente Ativa (PEA) e do Desemprego, Campinas tem mais de 110 mil trabalhadores desempregados. Isso representa cerca de 10% da população campineira.
Na RMC, foram 218.740 desempregados em 2019. Em 2020 houve um salto para 282.531 trabalhadores sem emprego.
Tais números prenunciam um ano difícil, cujo agravante é a demora em vacinar o máximo de indivíduos na cidade e na região. A pandemia é um fato determinante para aprofundar o fosso do desemprego, o que exige dos governantes mais empenho para a elaboração e aplicação de planos de contenção da covid-19 por meio da imunização acelerada.
A falta de uma coordenação nacional de um ou mais planos de combate ao Sars-Cov 2 traz sérias implicações para a reversão do processo de geração de riqueza. Em reportagem publicada nesse domingo, 14, CP p. A8, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Sidalino Orsi Júnior, aponta fatores que contribuem com a crise no mercado de trabalho: a politização da vacina, o fim ou a redução do auxílio emergencial e o fechamento de fábricas que buscam outras alternativas para sobreviver em razão das altas taxas tributárias ou do denominado Custo Brasil.
A esperança para enfrentar o desemprego, contudo, provém do anúncio sobre os elevados investimentos em algumas áreas, como o setor imobiliário e o de tecnologia para os próximos anos.
Como ensinam os especialistas, não há economia sem política econômica. Assim, a presença do Estado, via governos, na elaboração de diagnósticos precisos sobre o cenário macroeconômico implica na colaboração federativa, dos governos estaduais e municipais para encontrar medidas poderosas contra a pandemia e em favor do mercado de trabalho. Entre elas, um acelerado plano de imunização contra a covid-19.