EDITORIAL

Ediotorial: 'Parcerias que fazem toda a diferença'

Com boa vontade, espírito público e parceria com empresas privadas, é possível recuperar patrimônios da municipalidade

Correio Popular
24/02/2021 às 10:06.
Atualizado em 22/03/2022 às 00:08

A recuperação do edifício histórico Bento Quirino, construído no início do século 20, e que abrigou o Colégio Técnico de Campinas (Cotuca) de 1967 até fevereiro de 2014, é a materialização de uma bem-sucedida parceria entre os setores público e privado.

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), proprietária do imponente imóvel, e a Campinas Decor, uma tradicional mostra de arquitetura, decoração e paisagismo, firmaram uma parceria que permitiu a restauração de um patrimônio arquitetônico e histórico que, há anos, estava em condição deplorável. Agora, com a revitalização, está pronto para receber os estudantes que tiveram que sair do prédio, interditado por problemas estruturais.

Trata-se da repetição de uma fórmula que, em edições anteriores, recuperou bens públicos de relevância para a história de Campinas, como o Museu do Café em 2003, e a Estação Guanabara em 2008. Iniciativas como essa precisam ser replicadas e expandidas, de modo a permitir que tanto a administração pública, seja direta ou indireta, quanto os parceiros privados, possam se unir em parcerias que resultem na restauração de bens e espaços públicos de importância para a cidade.

É uma ótima forma de suprir a incapacidade de investimento direto do poder público, seja nas esferas municipal, estadual ou federal, em obras de recuperação de edifícios históricos e de espaços urbanos abandonados. A parceria entre a Unicamp e a Campinas Decor serve de exemplo para que projetos semelhantes sejam planejados e executados. Cabe aos legisladores, aos executivos de políticas públicas e colaboradores externos, como empresas, associações, fundações e entidades privadas, com ou sem fins lucrativos, trabalharem juntos para unir esforços, capacidade de investimento e conhecimento técnico e gerencial em projetos como esse, de restauração do prédio do Cotuca.

Por essa via, poderia-se pensar em objetivos ainda maiores, mais ambiciosos, mas não impossíveis. Por exemplo, a recuperação de áreas abandonadas no Centro da cidade e de prédios históricos como o Palácio da Mogiana, na Avenida Campos Sales, que atualmente abriga vários serviços como o Centro de Apoio ao Trabalhador, e o restauro do Solar do Barão de Itapura na Rua Marechal Deodoro, a ser promovido pela PUC- Campinas. Com boa vontade, espírito público, criatividade e dispositivos legais que permitam a associação com empresas privadas em parcerias vantajosas para os participantes, é possível recuperar patrimônios da municipalidade que, há décadas, estão abandonados.

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