LAZER

Ecológico terá gestão compartilhada

Convênio de administração do parque entre Prefeitura e Estado será assinado até o fim do ano

Maria Teresa Costa
24/10/2012 às 09:27.
Atualizado em 26/04/2022 às 19:48

Convênio entre a Prefeitura de Campinas e o governo do Estado, que será firmado até o final do ano, vai permitir a gestão compartilhada do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Sallim. A autorização para a celebração do convênio foi publicada ontem no Diário Oficial e a Administração municipal ficará com a incumbência de planejar e assessorar as ações ambientais, os projetos de educação, de conservação e recuperação de áreas degradadas. A assinatura do convênio, disse ontem o secretário estadual em exercício de Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita, vai permitir a retomada das discussões para a construção do Teatro Carlos Gomes no parque.

Por causa do período eleitoral, que proíbe assinaturas de convênios, a negociação da gestão compartilhada ficou parada, disse Mesquita. “Mas já poderemos retomar a discussão sobre como será esse espaço, se um teatro de ópera ou um espaço mais flexível, para receber diferentes manifestações culturais”, disse. O Estado vai entrar com parte dos recursos necessários, mas uma das alternativas é que o município habilite uma organização de interesse público que possa apresentar projeto de captação de recursos junto ao Ministério da Cultura, para que empresas possam financiar o empreendimento utilizando a lei de incentivo à cultura.

No ano passado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) baixou decreto autorizando a Fazenda do Estado a permitir o uso, a título precário e gratuito e por prazo indeterminado do parque à Prefeitura, transferindo a administração de 1,1 milhão de metros quadrados de terreno e 8,6 mil metros quadrados de construção, ao Município. O secretário municipal de Meio Ambiente, Hildebrando Herrmann, disse ontem que a proposta é recuperar o parque e criar condições para que a população frequente o local.

“É um espaço fantástico, localizado em área nobre, no qual poderão ser desenvolvidas inúmeras atividades voltadas à educação ambiental, lazer, cultura, esportes e, sobretudo, projetos de conservação e preservação”, disse o secretário. Segundo ele, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente irá exercer a função de supervisão geral, assim como indicar representantes para compor, junto com a Prefeitura, a comissão técnica administrativa do parque.

O Estado será representado, também, na equipe de profissionais responsáveis pela concepção e execução de programas, além de fornecer o serviço de vigilância interna. Caberá ao Município indicar representantes para a composição da comissão técnica administrativa, apoiar o Estado na obtenção de recursos financeiros e materiais a serem aplicados no parque, e integrar o espaço aos programas municipais de educação, cultura, esporte e lazer.

A Administração municipal indicará nomes, ainda, para a composição do grupo de elaboração e execução de programas específicos.

No ano passado, o Estado fez investimentos de R$ 1,5 milhão na revitalização — incluiu plantio de 9.263 mudas de árvores e palmeiras, 48.443 arbustos, 231 trepadeiras, 109.383 forrações e 10.541 mudas de plantas aquáticas e a reforma dos equipamentos esportivos e de lazer. A quantidade de mudas representou um terço do necessário. O projeto original tinha 185 mil mudas, mas com a falta de manutenção, a maioria morreu e levou a necessidade de fazer replantios.

A Prefeitura planeja concluir o projeto paisagístico de Burle Marx, com mudas das compensações ambientais exigidas na aprovação dos empreendimentos na cidade. Isso será possível com a inscrição do parque no Banco de Áreas Verdes, instrumento criado pela Prefeitura para reverter o passivo ambiental da cidade, estimado em 64 milhões de metros quadrados.

Área abriga espécies nativas da região  

Com uma área de 110 hectares e projeto paisagístico de Roberto Burle Marx, a implantação do Parque Ecológico visou a recuperação e repovoamento vegetal de uma área de 2,85 milhões de metros quadrados, com 1,1 milhão de metros quadrados aberto ao público, com espécies da flora brasileira, espécies nativas da região da bacia do rio Piracicaba e algumas espécies exóticas, em especial as palmeiras. 

O Parque Ecológico abriga também exemplares tombados e restaurados da arquitetura campineira do século 19, entre eles, o Casarão, a tulha e a capela da antiga Fazenda Mato Dentro, espaços que integram um Museu Histórico Ambiental e o desenvolvimento de diversos programas de educação ambiental.

O Parque possui ainda sete quadras poliesportivas (equipadas com vestiários), campos de futebol soçaite, quadra de bocha e malha, trilhas para caminhadas, pista de cooper, playground, áreas para piquenique, anfiteatro, e dois estacionamentos com capacidade para mil carros.

 

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