CUIDADO COM ANIMAIS

É Verão! Tempo de carrapatos, pulgas e parasitas

Se não cuidados, os animais ficam sujeitos a contrair verminoses, dermatite alérgica e doenças hematológicas que podem causar anemia, lesões renais, entre outras, e até mesmo levar ao óbito

Agencia Estado
01/02/2021 às 14:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:54
Veterin?rios d?o dicas de como proteger pets de doen?as causadas por esses agentes, que podem at? levar a ?bito (Importação)

Veterin?rios d?o dicas de como proteger pets de doen?as causadas por esses agentes, que podem at? levar a ?bito (Importação)

Estação do ano preferida por alguns, o Verão pode trazer também uma série de transtornos, não só para as pessoas como também para os animais. É a época do ano, por exemplo, em que aumenta a proliferação de carraptos, pulgas e outros parasitas que incomodam não apenas cães e gatos, mas calopsitas, coelhos, porquinhos da índia, entre outras espécies domésticas e de companhia. Isso porque o calor e a umidade favorecem a ecdise (estágio de desenvolvimento da vida) e aumentam a sobrevivência do parasita no ambiente.

Para muitos, os pets deixaram há um bom tempo de ser apenas animais de estimação e se tornaram parte da família. Mas seu bem-estar e saúde, independentemente de ser ou não da família, despertam grande atenção. E não é para menos. Se não cuidados, os animais ficam sujeitos a contrair verminoses, dermatite alérgica e doenças hematológicas que podem causar anemia, lesões renais, entre uma série de outras, capazes até mesmo levar ao óbito se não tratados a tempo.

O alerta vem de veterinários. Paulo Anselmo Nunes Felipe, do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA), da Secretaria Municipal do Verde, lembra que os carrapatos existem há 350 milhões de anos na Terra, enquanto os seres humanos há 200 mil anos. "Isso mostra sua capacidade de sobrevivência e que combatê-los, apesar de necessário para evitar a infestação em animais, não é simples", explica o veterinário.

Fabiana Vitale, do Hospital Veterinário Taquaral, de Campinas, destaca também o fato de os parasitas picarem pessoas e transmitirem doenças como a de Lyme (que afetou Justin Bieber, cantor e ídolo adolescente), muito comum nos Estados Unidos, onde são registrados em média 35 mil casos ao ano, e a febre maculosa.

Higiene

Manter a higiene do animal em boas condições, da mesma forma que limpos os locais onde ficam, é um bom caminho. O veterinário Tiago Mello, da Agropecuária Santa Terezinha, de Sousas, aconselha que sempre sejam usados para isso produtos disponíveis em petshops e lojas especializadas, para evitar problemas à saúde dos animais.

Assim como ele, Fabiana também aconselha produtos desse tipo por serem originados de estudos e pesquisas e que, além disso, possuem dosagem indicada e resultam de investimentos de empresas; portanto, oferecem maior segurança.

Se o tutor do animal não tiver disponibilidade financeira para adquirir produtos mais tecnológicos para limpeza do ambiente externo, orienta o veterinário do DPBEA, ele pode dispor de um método caseiro: a vassoura de fogo. Felipe explica que esse material é facilmente encontrado em agropecuárias e tem preço bem acessível.

Ele assegura ainda que um bom controle do ambiente interno, com aspirador de pó em rejuntes de piso, sofás, cortinas, etc, são também eficientes, em especial se o parasita estiver ainda em sua fase imatura.

Receitas caseiras, muitas encontradas na internet, destacam os profissionais, não são aconselhadas porque podem trazer riscos à saúde dos animais e nem sempre têm eficácia comprovada.

Passada a etapa da limpeza, que deve ser constante, para prevenir a infestação, existem tratamentos eficazes como comprimidos, coleiras específicas para cães e gatos, sprays e pós. "Este tipo de prevenção é o que chamamos de cuidado profilático. A maioria dos tutores acredita que produtos veterinários têm função de tratar uma infestação e só o aplicam quando o mal transparece", diz.

Inspecionar com frequência a pele do animal é um dos caminhos para identificar a presença desses parasitas, já que podem ser vistos à olho nu. E no caso de a infestação não poder ter sido contida, o tratamento pode ser feito com a ajuda de veterinários.

ONG

Diretora da ONG Anjos de Rua, que resgata, trata e encaminha para adoção, animais vítimas de maus-tratos, Juliane Bortolai alerta que os tutores têm de se preocupar mais com eventual infestação de pulgas e carrapatos em seus pets.

Isso para evitar que contraiam a "doença do carrapato" (Anaplasma, Elichia e Babesia), de tratamento longo, que debilita e castiga muito o animal.

"Uma vez contaminado, o animal tem de ser submetido a um longo tratamento, de 28 dias, à base de antibióticos. Sem contar que ela provoca anemia, o deixa fraco e pode causar desmaios", conta. Juliane lembra também que uma picada de carrapato, por exemplo, pode provocar a doença na forma crônica.

E que o animal contaminado não apresenta sintomas, a não ser quando estiver em estado grave. "É importante ao tutor estar sempre atento e até mesmo proporcionar exames que identificam o mal", orienta.

Segundo Juliane, os cães resgatados pela Anjos de Rua, em geral chegam infestados. Em boa parte já estão contaminados pela doença do carrapato. A Anjos de Rua, segundo ela, abriga em sua sede por mês uma média entre 40 a 60 animais resgatados.

E, por conta disso, o ambiente é esterilizado. "Cada cão que resgatamos é examinado por veterinário e, se necessário, passa por tratamento antes de ser abrigado, seja na sede da ONG, em hotéis ou lar temporário. E ainda recebe medicamento que impede a infestação. (Maria do Carmo Pagani)

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