campinas, 246 anos

E quando tudo começou...

Caminhos dos Goiases, buscados por bandeirantes, é a origem

Francisco Lima Neto
14/07/2020 às 12:20.
Atualizado em 28/03/2022 às 21:33
Homenagem ao fundador Francisco Barreto Leme, que foi enviado para criar uma freguesia por aqui (Reprodução)

Homenagem ao fundador Francisco Barreto Leme, que foi enviado para criar uma freguesia por aqui (Reprodução)

Campinas completa hoje 246 de existência como uma cidade dinâmica, polo de conhecimento e inovação, com status de uma das mais ricas do País. Mas para compreender como a cidade surgiu é preciso voltar alguns séculos no tempo. Por volta de 1720 os bandeirantes — também conhecidos como sertanistas - estavam no ápice. Desde o século 16, esses homens trabalhavam na captura de escravizados fugitivos, destruição de quilombos, aprisionamento de indígenas e na procura por pedras e metais preciosos. Nesse contexto, naquela época, nosso território era local de passagem obrigatória para alcançar a região onde hoje é Goiás e também Mato Grosso. Essa trilha recebeu o nome de Caminhos dos Goiases. Pouco tempo depois, foi instalado um pouso para descanso dos tropeiros que faziam esse caminho entre as vilas de Jundiaí e Mogi-Mirim. O pouso ficou conhecido como Campinas do Mato Grosso em razão da formação de três pequenos descampados ou “Campinhos” em meio à mata. Aos poucos, começou o processo de povoação desse local, que era completamente dependente de Jundiaí. Até que em 1739, Francisco Barreto Leme do Prado, de Taubaté e influente junto à monarquia, foi enviado para essa espécie de bairro, por Morgado de Mateus, que comandava a capitania hereditária de São Paulo. A missão de Barreto Leme era fundar uma freguesia. Igreja matriz Ele se instalou aqui com a família e conterrâneos e deu início efetivo ao povoamento. Por volta de 1767, 185 pessoas viviam aqui, com recursos mínimos. A agricultura era baseada na subsistência. Como a igreja mais próxima ficava em Jundiaí, no ano de 1772 foi solicitada uma licença para a construção de uma capela. Após pressões políticas, no ano seguinte, as autoridades eclesiásticas permitiram a construção de uma igreja matriz, e não de uma simples capela. A vila continuava dependente de Jundiaí, mas aquilo significou a emancipação religiosa. Primeira missa Em maio de 1774, o governador da capitania permitiu que Barreto Leme fundasse o núcleo e ainda determinou medidas urbanísticas. Em 14 de julho daquele mesmo ano, o povoado que já tinha cerca de 800 pessoas, parou para assistir a primeira missa de Frei Antonio de Pádua, em uma capela improvisada, no local onde hoje fica a Basílica do Carmo. A Freguesia foi criada com as bençãos de Nossa Senhora da Conceição. O nome passou a ser Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas de Mato Grosso de Jundiaí. São Carlos Em 1797 houve a elevação à condição de vila, com nome de São Carlos, surgindo assim o Município, com o desmembramento de Jundiaí, com pouco mais de 2 mil habitantes. No entanto, o nome Vila de São Carlos nunca foi acolhido pela população. No ano de 1842 a vila virou cidade já com o nome de Campinas. Mudança de data Campinas já teve outra data de aniversário, mas nem todos sabem porque a alteração ocorreu quase cinco décadas atrás. Até o ano de 1971, o aniversário era comemorado em 13 de setembro. Data em que Francisco Barreto Leme do Prado chegou aqui a essas terras. Porém, foi em 14 de julho de 1774 que o povoado foi elevado à condição de freguesia, com a celebração da primeira missa. Data oficial Após muito debate na Câmara de Vereadores, uma lei de 1971 determinou o dia 14 de julho como a data oficial de aniversário. Mas não estabeleceu feriado. Já outra lei de 1949 estabeleceu o dia 8 de dezembro, dia da padroeira da cidade, como feriado.

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