PREVENÇÃO

Drone, chaveiro e apoio da GM: Campinas terá ‘operação de guerra’ contra a dengue

Mutirões da Prefeitura contarão com fiscalização aérea e, se necessário, abertura forçada de imóveis para combater criadouros do Aedes aegypti

Da Redação
10/01/2024 às 08:54.
Atualizado em 10/01/2024 às 11:10
No mutirão realizado no dia 16 de dezembro no Jardim Eulina, 57% dos imóveis deixaram de ser vistoriados, seja por estarem fechados ou pela recusa dos moradores em permitir a entrada das equipes; Devisa aponta que 80% dos criadouros estão nas residências (Rodrigo Zanotto)

No mutirão realizado no dia 16 de dezembro no Jardim Eulina, 57% dos imóveis deixaram de ser vistoriados, seja por estarem fechados ou pela recusa dos moradores em permitir a entrada das equipes; Devisa aponta que 80% dos criadouros estão nas residências (Rodrigo Zanotto)

Campinas terá uma verdadeira "operação de guerra" para combater a dengue nos próximos mutirões e ações de prevenção e enfrentamento à doença, inclusive com o uso de drones. Para tentar eliminar o máximo possível de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus, a Prefeitura informou que chaveiros trabalharão para a abertura forçada de imóveis, se necessário. As primeiras datas já foram definidas: quinta-feira (11) e sexta-feira (12), no Jardim Eulina.

Os locais onde forem flagradas piscinas e caixas d'água abandonadas, ou diversos espaços que possam servir de criadouros para o mosquito vetor da doença, que estejam vazios ou com impedimento de morador para o trabalho, serão acessados com o apoio destes profissionais e também da Guarda Municipal.

Segundo a Administração, a operação está respaldada em uma decisão judicial de 2020. A Prefeitura contará com três drones na ação, e o trabalho contará com atuação multisetorial e apoio de soldados do Exército. Os drones pertencem à Guarda e Defesa Civil e serão usados também nos próximos mutirões.

A volta ao bairro ocorre após ele figurar novamente no boletim semanal de regiões em alerta para elevado risco de transmissão. Além disso, no mutirão anterior, realizado em 16 de dezembro, 57% dos imóveis deixaram de ser vistoriados porque estavam fechados, desocupados ou porque houve recusas de moradores às equipes atuantes nos trabalhos.

“Estamos criando uma operação de guerra contra a dengue em Campinas com uso de drones e atuação multisetorial, aumentando os mutirões e divulgando um boletim de alerta semanal. O combate à dengue, porém, exige um esforço conjunto do Poder Público e população para eliminar criadouros do Aedes aegypti. Somente assim podemos reduzir casos e evitar mortes”, destacou o prefeito, Dário Saadi. Campinas viveu, em 2023, a sua sexta pior epidemia de dengue com mais de 11 mil casos registrados (alguns confirmados já neste ano) e três óbitos.

COMO SERÁ

O mutirão começa às 8h30 e vai até o fim da manhã, nos dois dias. A mobilização terá 37 agentes de saúde, soldados do Exército, além de equipes da Secretaria de Serviços Públicos, além do apoio de duas viaturas da Guarda e uma da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). Algo tradicional nos mutirões, a Prefeitura também usará caminhões para tirar cata-trecos e materiais descartados irregularmente em áreas públicas.

ALERTA

O boletim divulgado pela Secretaria de Saúde na segunda-feira, 8 de janeiro, mostrou que o Jardim Eulina e mais oito bairros estão em alerta para a dengue por conta do elevado risco de transmissão ou em virtude de casos confirmados e suspeitos da doença. A lista reúne três bairros da região Leste (Centro, Botafogo e Vila Itapura) e três da Sudoeste (Vila Vitória, Parque Aeroporto e Recanto do Sol I), dois da região Noroeste (Jardim Novo Maracanã e Parque da Fazenda) e um da Norte (o próprio Jardim Eulina).

No entanto, o alerta vale para todas regiões de Campinas. Um fator preocupante, além desta época do ano em que há mais calor e chuvas, é a volta da circulação dos sorotipos 3 e 4 da dengue. Campinas ainda não registrou nenhum caso, mas outras cidades de São Paulo já confirmaram a transmissão.

O risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram esse tipo de vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000. Existe ainda o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente por outro sorotipo.

Dados do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências, por isso a participação da população é essencial. Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.

Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde para receber atendimento e orientações. Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.

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