prevenção

Drone ajudará no combate à dengue

Com o segundo lugar da cidade no número de casos este ano no Estado, o combate ao mosquito da dengue ganhará um novo aliado em Campinas

Tote Nunes
25/10/2019 às 08:00.
Atualizado em 30/03/2022 às 14:09

Com o segundo lugar no número de casos este ano no Estado, o combate ao mosquito da dengue ganhará um novo aliado em Campinas. A Secretaria de Saúde pretende colocar em operação nos próximos dias um drone para auxiliar na identificação de criadouros do mosquito Aedes aegypti — o transmissor da dengue, zika e chikungunya, doenças que podem gerar enfermidades como microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré, uma doença grave do sistema nervoso.  Segundo dados da secretaria, os agentes de saúde que atuam no setor não conseguem entrar em cerca de 45% dos domicílios — seja por estarem desocupados, seja porque os proprietários não permitem. Além do drone, a Prefeitura decidiu comprar o inseticida usado nos processos de nebulização, já que o governo federal suspendeu as entregas do produto em abril, ou seja, há quase seis meses, e não há perspectivas de que o envio seja retomado num curto prazo. Neste ano, a secretaria diz ter registrado 25.570 casos de dengue em Campinas até o dia 8 de outubro. Os registros, porém, se referem apenas aos casos de pessoas residentes no município. Segundo ranking do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), atualizado em 14 de outubro, a cidade já havia registrado este ano 26.190 infectados pelo vírus e ficaria atrás apenas de São José do Rio Preto, com 32.699 casos. De acordo com o secretário de Saúde de Campinas, Carmino de Souza, o drone foi cedido pela Receita Federal e vai auxiliar os agentes no trabalho de identificação de criadouros, especialmente nas residências em que o acesso é dificultado. "Trata-se de mais uma ferramenta no trabalho de combate ao mosquito", lembra Carmino. "Com o aparelho, a gente vai conseguir identificar caixa d’água abertas ou sem tela, vistoriar calhas, e verificar a situação de piscinas, por exemplo", diz o secretário. De acordo com ele, o trabalho de identificação de criadouros é feito hoje por cerca de mil pessoas — entre agentes comunitários de saúde, agentes de controle ambiental e de funcionários da empresa terceirizada contratada para auxiliar no trabalho de combate. Produto A secretaria de Saúde iniciou o processo de compra de inseticida piretróide para substituir o malation, que vinha sendo usado pelo governo federal no trabalho de combate ao mosquito, mas teve o envio suspenso aos municípios por problemas de contrato com o fornecedor. O piretróide é um inseticida aplicado na agricultura, com resultados efetivos contra diversas pragas, e está presente nos inseticidas usados em residências e como repelente. Segundo o secretário, esse produto é menos tóxico que o malation, mas também é menos eficiente. Chega, segundo ele, a produzir efeitos que variam entre 55% e 60% do malation. Ainda assim, Cármino diz que a Prefeitura decidiu pela compra do piretróide para não ficar mais tempo sem a aplicação. De acordo com ele, o número de casos registrados na cidade se manteve estável mesmo durante o período interepidêmico. Para o secretário isso se deveu, muito provavelmente, à suspensão da aplicação do produto. “Nós não tivemos a cessação de registros e isso não é nada bom”, afirmou o secretário. “Talvez isso tenha ocorrido por falta de enfrentamento do mosquito adulto”, argumentou. Carmino diz que o trabalho com o drone e a aplicação do produto devem começar o mais rápido possível. “Daqui a pouco começam o Verão e as chuvas e o jogo vai virar. Por isso precisamos tomar providências agora”, concluiu.

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