ASSISTÊNCIA

Drogas prejudicam 80% dos moradores de rua

Cerca de 500 pessoas espalhadas por sarjetas e praças usam substâncias psicoativas

Rogério Verzignasse
bau@rac.com.br
24/04/2018 às 07:32.
Atualizado em 28/04/2022 às 06:35

Morador de rua dorme na lateral da Catedral Metropolitana em meio à passagem de pedestres no calçadão da Rua 13 de Maio, em Campinas (Leandro Ferreira/AAN)

Dos 623 moradores de rua de Campinas, nada menos que 80% são usuários de substâncias psicoativas. Em números absolutos, existem cerca de 500 pessoas nesta situação, espalhadas por sarjetas e praças públicas. A informação — da Secretaria Municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos — acaba de ser disponibilizada a um grupo de vereadores que avalia os serviços prestados no setor. Dos narcodependentes e alcoólicos identificados, cerca de um quinto deles — algo em torno de cem pessoas — concordou, de livre e espontânea vontade, ser acolhido e submetido a tratamentos em clínicas especializadas. “O poder público não trabalha com a internação compulsória”, explica a secretária municipal Eliane Jocelaine Pereira, responsável pela Pasta. A Comissão Especial de Estudos (CEE) — presidida pelo vereador Luiz Carlos Rossini (PV) — tem em mãos, desde sexta-feira, um levantamento detalhado sobre as pessoas que precisam de assistência: 34% são egressos do sistema prisional; e a maioria é homem, pardo ou negro, com média de idade de 40 anos e baixa escolaridade. Cerca de 50% são de Campinas mesmo, ou menos têm parentes na cidade. O uso de drogas e álcool, no entanto, é apenas o reflexo de uma situação muito mais complexa, que extrapola os próprios limites da assistência social. As ruas estão tomadas por vítimas da desigualdade social, dos preconceitos étnicos e raciais e da violência intrafamiliar. Muitas vezes, a opção pela sarjeta decorre de problemas mentais. “Efetivamente, a população de rua não é homogênea”, diz. Ampliação Na tentativa de reverter o agressivo cenário atual, o poder público pretende aprimorar os procedimentos que promovem a reinserção familiar de quem mora na rua. Hoje, explica a secretária, existem programas emergenciais que garantem banho e comida a moradores de rua (confira quadro nesta página). Mas apenas 25 deles encontram-se na Casa de Passagem, no Guanabara. O serviço, da Associação Promocional Oração e Trabalho (Apot), mantido com recursos da Prefeitura, oferece um lar ao antigo morador de rua, até que seus parentes sejam localizados. A partir do segundo semestre, afirma Eliane, uma segunda casa de passagem (com capacidade de abrigo para 50 pessoas) vai funcionar nas dependências reformadas e ampliadas da atual Casa da Cidadania (Rua Francisco Teodoro), que hoje já garante refeição aos assistidos. 

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