PANDEMIA

Doria vai ao STF contra a União cobrar recursos

Governador de São Paulo cobra recursos não pagos referentes à habilitação de 3.258 leitos de UTI

Das agências
11/02/2021 às 17:21.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:07
Carregamento de vacina da Astrazeneca em Viracopos: OMS recomenda uso do imunizante contra variantes do coronav?rus (Cedoc/RAC)

Carregamento de vacina da Astrazeneca em Viracopos: OMS recomenda uso do imunizante contra variantes do coronav?rus (Cedoc/RAC)

O governador João Doria (PSDB) anunciou em coletiva de imprensa na tarde de ontem que entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal contra o governo federal para cobrar a habilitação de 3.258 leitos de UTI no Estado. Ele afirma que essas vagas já estão em funcionamento e deixaram de ser pagas pelo Ministério da Saúde ainda em dezembro do ano passado, sendo custeadas atualmente com verba estadual.

De acordo com Doria, o Ministério da Saúde pagava por 3.822 leitos de UTI até dezembro do ano passado. Hoje, a pasta é responsável pelo custeio de apenas 564 vagas em São Paulo. Ele afirma também que o problema persiste em outros Estados.

Na última segunda-feira, 8, Doria não poupou críticas ao governo federal pela redução no custeio de leitos de UTI para o combate à pandemia da covid-19. Durante a coletiva, ele ameaçou judicializar a questão e levar o assunto ao Supremo Tribunal Federal, se o Ministério da Saúde não demonstrasse uma posição "clara e objetiva" sobre o repasse de verba para essas vagas.

OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou ontem uma análise interina da vacina contra a covid-19 produzida pela Oxford com a AstraZeneca e recomendou seu uso mesmo para países que tenham a presença de novas variantes do coronavírus Sars-CoV-2 - sugerindo, porém, que cada nação faça sua própria análise de risco/benefício. A OMS também recomendou o uso do imunizante para todos os adultos, inclusive pessoas acima de 65 anos.

A organizou divulgou um guia interino de recomendações após análise feita pelo

Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da ONU (Sage), que se reuniu para revisar as evidências sobre a vacina de Oxford - incluindo seu desempenho contra as variantes virais - e para considerar o impacto do produto e avaliar a relação risco/benefício de uso em casos com dados limitados, como nos idosos com mais de 65 anos, crianças e grávidas, entre outros grupos.

O Sage levou em conta a decisão tomada pela África do Sul no último domingo, 7, de suspender a uso do imunizante após constatar que ele teve uma eficácia muito baixa em proteger contra casos leves e moderados da doença em pessoas contaminadas com a nova variante que surgiu no país.

A medida foi tomada após um estudo com poucos participantes avaliar que a eficácia era de apenas 22% no país. Mas, justamente por se tratar de um teste com uma amostra pequena, ele não mediu a eficácia em proteger contra casos mais graves, que possam levar a hospitalização ou morte. A OMS cita também que estudo anterior, desta vez com a nova variante que surgiu no Reino Unido, que conclui que a mesma vacina continua efetiva contra o mutante local.

"O estudo (da África do Sul) foi desenhado para avaliar a eficácia contra doenças de qualquer gravidade, mas o pequeno tamanho da amostra não permitiu uma avaliação específica da eficácia da vacina contra casos graves da doença. A evidência indireta é compatível com a proteção contra covid-19 grave; no entanto, isso ainda precisa ser demonstrado em ensaios clínicos em curso e avaliações pós-implementação", aponta o guia divulgado pela OMS.

Diante disso, a organização disse que recomenda o uso da vacina "mesmo que as variantes estejam presentes em um país", mas disse que eles "devem realizar uma avaliação de risco-benefício de acordo com a situação epidemiológica local incluindo a extensão das variantes de vírus circulantes".

Esse ponto já havia sido destacado pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa na segunda-feira, 8. "Considerando o tamanho limitado da amostra e o perfil jovem e saudável dos participantes, é importante determinar se a vacina se mantém efetiva (como já é hoje) em prevenir casos mais severos", destacou.

O guia reforça a importância de se investir na vigilância de novas variantes. "Estas descobertas preliminares destacam a necessidade urgente de uma abordagem coordenada para vigilância e avaliação de variantes e seu impacto potencial na eficácia da vacina. A OMS continuará monitorando a situação; conforme novos dados se tornam disponíveis, as recomendações serão atualizadas de acordo", informou a organização.

A recomendação para que cada país faça sua própria avaliação leva em conta com as possibilidades de cada um. A África do Sul pôde tomar a decisão de suspender temporariamente a vacina de Oxford não por achar que ficar sem o imunizante era melhor do que usá-la, mas porque o país já tinha à disposição outros imunizantes que se mostraram menos impactados pela mutação que surgiu no local, como a vacina da Pfizer.

Com várias opções, é possível definir uma estratégia de uso das diversas vacinas. Assim, a de Oxford pode vir a ser usada, por exemplo, em áreas em que é menor a circulação da nova variante do vírus. E outros imunizantes que mantiveram a eficácia alta podem ser concentrados nas áreas com maior circulação da cepa.

Essa discussão lança um alerta também para o Brasil. A variante descoberta em Manaus (AM) ainda não foi confrontada com as vacinas disponíveis no País e a vigilância da nova cepa ainda está lenta, com uma redução dos exames para sequenciar o coronavírus.

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