Servidores da área de segurança serão imunizados a partir do dia 5 de abril; educadores, dia 12
Policiais militares trabalham em um dos inúmeros protestos realizados em Campinas, este ano: meta do governo do Estado é vacinar todos os profissionais de segurança que estão na ativa, totalizando 180 mil pessoas (Diogo Zacarias/ Correio Popular)
O Governo do Estado de São Paulo anunciou, na tarde de ontem (24), que vai vacinar, contra covid-19, 530 mil profissionais das áreas da educação e da segurança a partir de abril. O anúncio foi feito pelo governador João Doria (PSDB), que explicou que a imunização de policiais terá início no dia 5 do próximo mês e de educadores no dia 12.
A campanha de vacinação inclui policiais civis e militares, agentes penitenciários, bombeiros e guardas civis. A meta do governo estadual é vacinar todos os profissionais de segurança que estão na ativa, totalizando 180 mil pessoas. No caso dos trabalhadores da educação, a imunização será destinada a 350 mil professores e funcionários de creches e escolas estaduais, municipais e particulares, com idade a partir de 47 anos.
O governo justificou que a vacinação vai priorizar os educadores com idade em que a ocorrência de casos moderados ou grave de covid-19 é mais alta, o que representa cerca de 40% de todos os profissionais da educação básica do estado. No caso de funcionários de escolas particulares, serão exigidos os dois últimos contracheques para evitar fraudes na vacinação.
Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Região de Campinas, Aparecido Lima de Carvalho, mais conhecido como Kiko, a decisão do governador "é mais do que acertada". De acordo com o presidente, "os policiais devem ter prioridade porque estão na linha de frente, igualmente aos trabalhadores da saúde". Kiko explica que essa era uma demanda que os sindicatos vinham defendendo desde o início da pandemia.
"Nosso entendimento é de que essa decisão deveria ter vindo antes. Assim como o pessoal da saúde, os policiais estão dia e noite se expondo à covid-19 nas ruas das cidades. Quando se fala em proteger o policial, não é só ele, afinal o vírus pode chegar nas famílias de cada um. Essa proteção também servirá para os averiguados com quem os agentes têm contato nas delegacias, além dos policiais militares que fazem a abordagem", aponta o presidente.
O diretor-presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Nelson Pereira de Campos, também vê o anúncio do governo como "uma decisão acertada". De acordo com ele, a vacinação dos profissionais da segurança pública é "resultado do trabalho da bancada de policiais militares" na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
Campos explica que o anúncio traz proteção para os policiais "que estão na linha de frente" todos os dias. "O índice de mortes de PM, que estão na atividade, aumentou com a chegada da covid-19. Na nossa região mesmo, cinco policiais morreram por conta da doença. Não é porque os agentes usam farda e estão armados que estão protegidos da covid-19, que não escolhe classe econômica, nem profissão", ressalta.
Ao Correio Popular, o vice-presidente do Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro), Carlos Virgílio Borges, conhecido como Chileno, revela que a decisão do governo estadual é "uma conquista da luta dos movimentos sociais e sindicais". De acordo com ele, desde o início da pandemia, os professores têm alertado sobre o perigo da volta das aulas presenciais "em meio ao aumento de casos de covid-19". Chileno acredita que com a vacinação, vai ser possível ter mais segurança para os trabalhadores da educação.
"Para nós professores, o quanto antes todos puderem se vacinar será melhor e mais seguro. A decisão do governo é fruto da luta dos trabalhadores e trará mais segurança, ainda mais que vimos os diversos casos de contaminação em professores e alunos, inclusive com mortes infelizmente. É importante frisar que os profissionais da educação nunca quiseram passar na frente de ninguém e sempre lutaram apenas para que, se for para voltar a ter aula presencial, que seja com vacina para todos", opina o vice-presidente do Sinpro.
Segundo o Governo de São Paulo, a data para o início do cadastro para os profissionais da educação e das forças de segurança pública será divulgada nos próximos dias. Os formulários estarão disponíveis no site Vacina Já www.vacinaja.sp.gov.br .