barragem em pedreira

Doria antecipa planos à comunidade

Os principais pontos do Plano de Segurança da barragem que está sendo construída em Pedreira serão apresentados em agosto

Maria Teresa Costa
03/07/2019 às 10:48.
Atualizado em 30/03/2022 às 23:40

Os principais pontos do Plano de Segurança da barragem que está sendo construída em Pedreira serão apresentados em agosto pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) a prefeitos e comunidade da região, informou ontem o governador João Doria (PSDB). A obrigatoriedade legal da apresentação do plano é no momento do enchimento do reservatório, mas a antecipação das linhas gerais será feita para levar mais tranquilidade à população. “Orientei nosso secretário Marcos Penido (Infraestrutura e Meio Ambiente) a se reunir em agosto com prefeitos e a comunidade da região, junto com técnicos do Daee, para expor o projeto e tranquilizar a população em relação à barragem, porque precisamos ter reserva de recursos hídricos para suportar períodos de seca”, disse o governador, durante inauguração de uma creche em Pedreira. Além de Pedreira, ele também inaugurou outra creche em Amparo, investimentos estaduais que somam mais de R$ 3,4 milhões. Enquanto o governador participava da inauguração do Centro Integrado Municipal de Educação Infantil Eva Dirce Marinelli Policarpo, do lado de fora do prédio, grupos contrários à barragem fizeram manifestação com faixas e cartazes. O governador disse que entende a preocupação da comunidade. “Por causa da tragédia em Brumadinho, é natural que tenham dúvidas e cabe a nós orientar e sanar as dúvidas”, afirmou. O prefeito de Pedreira, Hamilton Bernardes (PSB), vem tentando na Justiça, mas sem sucesso, interromper a construção. Ele argumenta que o Daee, responsável pela obra, não tem licença municipal para a construção, não apresentou o plano de segurança e de emergência, e os projetos detalhados, os planos de execução e as exigências técnicas não foram analisados pelo Município. Bernardes também afirmou que não houve estudo prévio dos impactos sociais e na infraestrutura urbana. Ontem, ao lado do governador, o prefeito disse que está conversando com o Estado, que confia no diálogo e acredita que será encontrado um bom caminho. O Daee informou que está elaborando as etapas do Plano de Segurança da Barragem de Pedreira, no Rio Jaguari, com base em dados do projeto executivo e informações já coletadas na execução das obras em andamento e que os pontos principais serão apresentados em agosto à comunidade, em data ainda a ser agendada. O enchimento da barragem, segundo estimativa do Daee, será concluído em julho de 2021. O reservatório ocupará uma área de 2,1 quilômetros quadrados, terá capacidade para acumular um total de 31,9 milhões de metros cúbicos de água e vai permitir uma vazão regularizada de 8,5 mil litros de água por segundo. O investimento será de R$ 256 milhões, sendo R$ 231 milhões na construção da barragem e R$ 25 milhões na desapropriação da área do lago. Fundocamp recebe verba para combater arboviroses O governador João Doria (PSDB) autorizou ontem, em Pedreira, o repasse de R$ 855 mil ao Fundo de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (Fundocamp) para de ações que visam evitar epidemia de arboviroses que causam doenças como dengue, zika e chikungunia, que são transmitidas por insetos. O recurso é parte de um investimento de R$ 1,5 milhão do Fundocamp aprovado no ano passado para as 20 cidades. O repasse autorizado ontem será destinado a 13 cidades. O diretor executivo da Agência Metropolitana de Campinas, Antonio Carlos Sacilotto, informou que as 20 cidades serão contempladas com recursos para desenvolver as ações, mas nem todas apresentaram os documentos necessários. Assim, nessa primeira fase, a verba será destinada a Pedreira, Sumaré, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Monte Mor, Santa Bárbara d'Oeste, Engenheiro Coelho, Jaguariúna, Vinhedo, Itatiba, Santo Antônio de Posse e Nova Odessa. O projeto vai proporcionar aos municípios uma infraestrutura mínima para que eles, a partir de uma avaliação dos indicadores dos níveis de infestação de criadores encontrados, possam executar ações de mobilização da população e de combate e eliminação de criadouros na visita casa a casa. Com o dinheiro, as prefeituras comprarão tela para proteção de caixas d'água, bags para recicláveis, kit de diagnóstico e para teste rápido e equipamento de inspeção de calhas para detecção de criadores de Aedes aegypt e Aedes albopictus. Várias cidades da RMC estão com casos elevados de dengue. Campinas teve uma epidemia de dengue em 2014 e 2015, com 42.109 e 65.634 casos confirmados, respectivamente. Este ano, já são 23.946 casos na cidade. A preocupação é a reintrodução do sorotipo 2 da dengue na região porque uma grande parte da população ainda está suscetível a ele, o que pode levar a situações mais críticas. A ocorrência de uma segunda infecção por outro sorotipo aumenta o risco de desenvolvimento de uma das formas graves da doença, que podem levar à morte, como a febre hemorrágica. Segundo a Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, o risco maior em uma segunda infecção pela doença está relacionado à resposta imunológica do paciente que já contraiu o vírus uma vez. Como já existem anticorpos contra um tipo de dengue no organismo, há uma reação inflamatória exacerbada, que prejudica o organismo, mas que não consegue neutralizar o novo sorotipo. O risco de desenvolvimento de uma forma grave da dengue é de 15 a 20 vezes maior quando se trata de uma segunda infecção. O recurso será distribuído por grupos de municípios, de acordo com o número de domicílios. Engenheiro Coelho, Holambra, Morungaba e Santo Antônio de Posse terão R$ 20 mil cada para as ações. Artur Nogueira, Cosmópolis, Jaguariúna, Monte Mor, Nova Odessa, Pedreira e Vinhedo receberão R$ 40 mil, enquanto Atibaia, Paulínia e Valinhos, R$ 75 mil cada. Americana, Hortolândia, Indaiatuba, Santa Bárbara d´Oeste e Sumaré terão R$ 130 mil e Campinas, R$ 300 mil. A meta do projeto é reduzir o número de caixas d’água e de imóveis que se configuram como criadouros do Aedes aegypti e, consequentemente, diminuir a expansão das arboviroses.

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