Muitas casas com pouca gente e quase nenhum movimento levantam suspeitas sobre legitimidade de ocupação (Divulgação)
O advogado Jonas Pereira Fanton, que representa os proprietários da Fazenda Eldorado, em Valinhos, invadida em abril, afirmou ontem que já havia suspeitas de que a ocupação seria ‘fantasma’ e, inclusive, já tinham notificado a Justiça. “Tínhamos constatado muitos barracos e poucas pessoas no local. Agora aguardamos o julgamento”, afirmou Fanton. O Correio Popular recebeu imagens aéreas, exclusivas, de que a invasão, apesar de contar com 1.184 barracos, está com poucos moradores. O filme foi feito por um cinegrafista no dia 17 de julho e mostrou que entre 85% e 90% dos barracos estão desabitados. Apesar de o Movimento Sem-Terra (MST) alegar que os donos consideravam a terra improdutiva, Fanton garante que o local era alugado para um produtor rural, que a usava para pastagem de vacas. Informações extraoficiais, dão conta de que alguns dos animais chegaram a ser abatidos pelos invasores. A ocupação foi batizada de Marielle Vive, em homenagem à vereadora carioca que foi assassinada no Rio de Janeiro, em março deste ano. A reportagem tentou localizar o agricultor para contabilizar os prejuízos com os possíveis abates de animais, mas ele não foi localizado. Também foi novamente feito contato com representantes do Movimento Sem-Terra (MST), mas não houve retorno. Eldorado A Fazenda Eldorado Empreendimentos Imobiliários, na Estrada dos Jequitibás, que ocupa aproximadamente mil hectares, foi invadida por cerca de 700 famílias na madrugada do dia 14 de abril deste ano. A maioria das pessoas de cidades da região. Os invasores fazem parte do MST e da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, realizada entre o dia 10 e 17 de abril, em todo Brasil, quando foi lembrado o Dia Internacional de Luta pela Terra. Na época, os invasores alegaram que as terras foram consideradas improdutivas e que era alvo de especulação imobiliária na região. O movimento reivindica que a área seja destinada à reforma agrária e assentamento das famílias que desejam produzir alimentos saudáveis pela agroecologia. No último dia 26 de abril, a juíza da 1ª Vara de Cível do município, Bianca Vasconcelos Coatti, concedeu mandado de reintegração de posse da área e oficiais da Justiça chegaram a notificar os líderes da ocupação sobre o prazo de saída, 10 de maio, sem a necessidade do uso de força. Entre as determinações da Justiça constava a possibilidade de busca e apreensão das crianças que vivem no local, caso os pais as usem para impedir o cumprimento da ordem de reintegração de posse. O movimento recorreu da decisão. No último dia 11, os proprietários da fazenda contestaram as alegações do MST.