OURO VERDE

Dono da Vitale diz que licitação foi direcionada

Segundo Daniel Câmara, empresa chegou a comprar atestado

Renato Piovesan
renato.piovesan@rac.com.br
07/08/2018 às 22:29.
Atualizado em 23/04/2022 às 05:13

Fachada do Hospital Municipal Ouro Verde: suposto esquema de R$ 4,5 milhões denunciado no fim de 2017 (Cedoc/RAC)

A 4ª Vara Criminal de Campinas realizou terça-feira a terceira audiência do processo contra seis pessoas ligadas à Organização Social (OS) Vitale — que administrava o Hospital Municipal Ouro Verde até o ano passado —, denunciadas no fim de 2017 em operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, por se envolverem em um suposto esquema que desviou cerca de R$ 4,5 milhões do hospital. No depoimento à Justiça, um dos donos da Vitale, Daniel Câmara, afirmou que a empresa chegou a comprar atestado numa instituição do Maranhão para comprovar que tinha relação de Ensino e Pesquisa, uma das exigências do edital de licitação da Prefeitura. Ele também disse que a licitação foi direcionada por um ex-diretor da Vitale, Paulo Vitor, que teria acertado antes do término do processo licitatório um repasse de R$ 23 mil por mês para o ex-diretor de saúde da Prefeitura, Anésio Corat Junior, que está preso. Também foram ouvidos ontem pela Justiça o empresário Daniel Câmara e Ronaldo Pasquarelli, ambos donos da Vitale. Os três estão em prisão domiciliar. Além deles, também cumprem prisão preventiva desde dezembro a presidente da OS, Aparecida de Fátima Bertoncello; e os diretores Ronaldo Foloni e Fernando Vitor Torres Nogueira Franco — este apontado como lobista responsável pelas negociações com a administração. Eles foram denunciados à Justiça por organização criminosa, fraude à licitação, falsidade ideológica e peculato.Prefeitura Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que tomou “medidas enérgicas” assim que o Ministério Público apontou indícios de desvio de dinheiro público do Hospital Ouro Verde pela OS Vitale. “O contrato com a organização foi rompido e os servidores acusados de envolvimento foram sumariamente demitidos e afastados de seus cargos. Ou seja, a Prefeitura agiu com rigor e dentro dos limites da lei. Depois disso, a Vitale tentou, por duas vezes, voltar à administração do hospital e a Justiça deu ganho de causa à Prefeitura”, constou o texto enviado à reportagem.

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