APÓS TRÊS DEMITIDOS

Dois professores se demitem em apoio a docentes da PUC

Demissão dos professores gerou polêmica entre os alunos, que protestaram e paralisaram as atividades de internato no Hospital Celso Pierro na semana passada

Sarah Brito
sarah.brito@rac.com.br
01/07/2015 às 18:45.
Atualizado em 28/04/2022 às 16:12

Alunos da PUC protestam contra demissão de professores ( Dominique Torquato/ AAN)

Dois professores da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) pediram demissão em solidariedade aos três docentes dispensados pela instituição na última semana. Os três demitidos foram citados na CPI dos Trotes, da Assembleia Legislativa de São Paulo. A demissão dos professores gerou polêmica entre os estudantes, que protestaram e paralisaram as atividades de internato feitas por alunos dos 5º e 6º anos no Hospital Celso Pierro.Um dos médicos que pediu demissão em solidariedade é o dermatologista Antônio Francisco Bastos Filho, que dava aulas na PUC-Campinas há um ano e meio. O pedido de demissão ocorreu após a demissão dos colegas. “Me demiti solidariamente porque toda a situação, a demissão deles, foi sem justificativa. São dois professores com enorme respeito na faculdade. E a minha demissão foi o melhor que pude fazer”, disse. Bastos Filho estudou na PUC-Campinas e teve aulas com dois dos três professores. Ele se formou em 1997 e depois ficou mais quatro na instituição fazendo residência.Dois dos três professores são docentes do curso de medicina há mais de 30 anos. Eles foram demitidos sem justa causa. Ele diz que a relação com os professores era próxima e que a decisão de pedir demissão foi pessoal, sem relação com outros docentes. “Envolveram pessoas que eu conheço e que nunca fizeram nada relacionado ao trote, apesar de não ser a justificativa oficial divulgada. É uma grande injustiça”, disse. O outro professor que pediu demissão não foi encontrado pela reportagem para comentar o caso.A PUC-Campinas informou que o pedido de demissão dos dois professores, “aparentemente”, tem relação com o caso dos professores demitidos na última semana. A instituição informou que não forneceria detalhes do caso. Sobre as demissões dos três professores, informou que as decisões obedecem “os ritos regulares internos e normas trabalhistas cabíveis, sem prejuízo e com integral respeito à honra e à intimidade dos envolvidos”. A PUC não explicou o motivo da demissão dos professores. DemitidoUm dos professores demitidos na última semana, o médico Carlos Osvaldo Teixeira, conhecido como Caiá, afirmou que não comentaria o caso, mas que sua demissão foi sem justa causa e respeita as leis trabalhistas. “Recebi uma carta da PUC que fui absolvido da sindicância interna que apurou o caso. A justificativa da demissão é pela avaliação semestral dos professores. Não tenho mais o que comentar”, disse.Os professores demitidos foram citados na CPI que ouviu docentes de universidades de São Paulo após denúncias de abusos em trotes. À CPI, os professores disseram desconhecer as práticas do trote, como agressões, venda de kits e cobrança de dinheiro para ser usado para compra de bebida em festas, que faziam parte das denúncias de estudantes do 1º e 2º anos da PUC-Campinas. Os alunos da medicina que realizaram protestos na última semana informaram que procuram auxílio jurídico para acompanhar o caso, além de colher assinaturas de alunos e ex-alunos para a volta dos professores demitidos. Eles entraram de recesso de férias essa semana.

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