CONTRA O PRECONCEITO

Dois eventos no fim de semana encerram Mês do Orgulho LGBTQIA+

Hoje acontece a primeira edição da Marcha Trans na cidade; amanhã, é a vez da 24ª Parada LGBT+

Luis Eduardo de Sousa/[email protected]
29/06/2024 às 15:23.
Atualizado em 29/06/2024 às 15:23
Dois palcos foram montados no Centro de Campinas, um no Largo do Rosário e outro na Praça Bento Quirino (foto), um tradicional ponto de encontro do movimento LGBTQIAPN+ (Kamá Ribeiro)

Dois palcos foram montados no Centro de Campinas, um no Largo do Rosário e outro na Praça Bento Quirino (foto), um tradicional ponto de encontro do movimento LGBTQIAPN+ (Kamá Ribeiro)

O mês internacional do Orgulho LGBTQIA+ se encerra em Campinas com a 1ª Marcha Trans, realizada hoje, e com a 24ª edição da Parada LGBT+, que acontece amanhã. Dois palcos foram montados no Centro, no Largo do Rosário e na Praça Bento Quirino. O dia internacional do orgulho LGBT foi celebrado ontem, 28 de junho.

Comerciantes, artistas e entusiastas esperam empolgados pelos eventos, sobretudo a Parada, festa ícone da comunidade LGBT+ na cidade. De acordo com a organização, espera-se que ao menos 90 mil pessoas compareçam à festividade, número superior aos 80 mil participantes da edição passada. A festa implica em mudanças no trânsito, já que a avenida Francisco Glicério fica fechada em razão do movimento dos participantes que se deslocam pelas principais vias da região central.

Segundo o organizador, Douglas Holanda, estão previstas cerca de 180 excursões vindas de diversas cidades de São Paulo e outros estados. Ele explica que a festa virou referência a nível estadual.

“Aqui na cidade já tem gente da Bélgica, Argentina e muitos outros países, que vieram por causa da festa. É um ano eleitoral, importante para nós no sentido de nos conscientizarmos sobre a necessidade de eleger representantes que promovam políticas voltadas à segurança da comunidade LGBT+. Todas as conquistas que obtivemos nos últimos anos emanam do Judiciário, quando o Legislativo deveria nos prover direitos. Portanto, é um dia de luta, orgulho, alegria e diversão. É um dia de ser quem somos com segurança”, resume Holanda.

No comércio, o clima é de euforia com as vendas. Suely Moraes, 32 anos, tem uma lanchonete no Rosário, e conta que reforçou os estoques e preparouum cardápio diferenciado para o fim de semana.

“Nós não abrimos aos domingos, mas desta vez iremos – já pensando em dar uma alavancada nas vendas, rodar o estoque. Vamos aumentar de dois para seis o número de funcionários e incrementamos os drinks no cardápio, que são os mais buscados”, revela. “É um evento onde todos nós nos encontramos. É uma oportunidade de nos juntarmos cada vez mais, nos expressar e mostrar que estamos um com o outro”, conta entusiasmado o alagoano José Adilson Firmino, 23 anos, que relata não ter, em seu estado, uma festa similar à de Campinas.

Daniel Felipe Pereira da Silva, o Dj Kaim, 27 anos, ressalta que o local escolhido para a festa é histórico para o movimento LGBT+ na cidade. “A Praça Bento Quirino sempre foi nosso ponto de encontro, e esse passeio pelo Centro é um ato de resistência em um dia em que a cultura preta, a cultura periférica e a cultura LGBT+ se unem e ocupam a região central da cidade em uma festa de empoderamento, reencontro e, claro, de renovar as discussões sobre avanços e retrocessos no que tange aos nossos direitos.”

Com o evento, algumas ruas do Centro ficam interditadas. Por volta das 14h, quatro trios elétricos desfilam pelas vias Francisco Glicério, Moraes Salles, Irmã Serafina, Anchieta e Benjamin Constant. Após esse trajeto, retornam ao Largo do Rosário, local onde serão realizados shows artísticos até as 22h. Por conta da quantidade de participantes estimada, será necessária a ocupação das pistas interna e externa da avenida Dr. Moraes Salles e das vias Irmã Serafina e Anchieta.

1ª MARCHA TRANS

Hoje, a Coalizão Trans de Campinas realiza a 1ª Marcha Trans na cidade, com concentração prevista para o Largo do Pará. O evento, segundo a organização, visa a elevar a representatividade das pessoas trans, em evento separado da Parada LGBT+. A Secretaria Municipal de Saúde aproveitará a ocasião para realizar o 1º mutirão para atualizar cadastros no SUS Municipal de pessoas transexuais, travestis e não binárias. O trabalho ocorre na concentração do evento das 12h às 15h.

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