eleições

Doações mais do que dobraram em 15 dias

Recursos representam 22,2% dos R$ 8,9 mihões arrecadados

Maria Teresa Costa
12/11/2020 às 08:05.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:35
Quatorze candidatos estão na disputa pelo posto de prefeito de Campinas nos próximos quatro anos (Cedoc/RAC)

Quatorze candidatos estão na disputa pelo posto de prefeito de Campinas nos próximos quatro anos (Cedoc/RAC)

Na reta final da campanha para o primeiro turno das eleições municipais, os candidatos a prefeito de Campinas conseguiram mais que dobrar, em 15 dias, as doações de pessoas físicas para suas campanhas. Elas somam R$ 2 milhões, e representam 22,2% do total de R$ 8,9 milhões arrecadados pelos 14 candidatos. Há duas semanas, elas correspondiam a 15,6% do arrecadado. A maior parcela, no entanto, ainda vem dos partidos, que já aportaram R$ 6,75 milhões de recursos do fundo eleitoral, que é bancado com verbas públicas — verbas que correspondem a 75% do total. O candidato Dario Saadi (Republicanos) lidera na arrecadação de recursos doados especialmente por empresários e políticos. Até ontem ele havia conseguido, segundo a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), R$ 1,52 milhão para sua campanha, o equivalente a 48,2% do total de R$ 3,15 milhões obtidos até agora. Rafa Zimbaldi (PL) é o segundo em maior receita oriunda de pessoas físicas. Ele arrecadou, até ontem, R$ 195,9 mil, que representam 6,7% do total de R$ 2,88 milhões conseguidos para a campanha. O fundo eleitoral, de R$ 2,68 milhões, é sua maior fonte de receita e corresponde a 93,2% do total. O terceiro candidato que mais conseguiu recursos doados por eleitos foi Artur Orsi (PSD), com R$ 172 mil, o que equivale a 33% dos R$ 512 mil arrecadados. Desse total, R$ 120 mil vieram do fundo eleitoral. Quatro candidatos, no entanto, estão bancando os custos ou com recursos próprios, como é o caso de Delegada Teresinha (PTB), que não recebeu verbas do partido e nem doações e aplicou R$ 17 mil na campanha, ou verbas partidárias. Edson Dorta (PCO) obtece uma receita de R$ 1 mil, vinda exclusivamente do fundo eleitoral; Ahmed Tarique (PMN) conseguiu R$ 40 mil de receita do fundo e Rogério Parada (PRTB), que informou ao TSE não ter recebido nenhum recurso de partido ou doações. Tradicionalmente as doações de pessoas físicas no Brasil representam um percentual pequeno do total arrecadado pelos candidatos. Um dos motivos, avalia o cientista político Henrique Mendes, é a grande descrença do eleitor em relação às instituições políticas e também certa falta de identidade dos candidatos com os partidos, diante da mudança constante de legendas. De acordo com as regras da Justiça Eleitoral, os eleitores podem doar aos candidatos de sua preferência valores que correspondam a até 10% da renda bruta anual declarada à Receita Federal, considerado o ano-calendário de 2019. O limite de 10% não se aplica a doações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de propriedade do doador ou à prestação de serviços próprios, desde que o valor estimado não ultrapasse R$ 40 mil. Os candidatos também podem utilizar recursos próprios em suas campanhas, mas limitados a 10% dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer. Para doar, são permitidas diferentes formas. Como medida para evitar a lavagem de dinheiro, as doações em dinheiro vivo estão limitadas a R$ 1.064,10 e devem ser feitas mediante depósito pessoal e identificado. Valores maiores que essa quantia somente podem ser doados por transferência bancária entre a conta do doador e a do candidato, ou por meio de cheque cruzado e nominal. As doações precisam ser sempre identificadas com um CPF.

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