PRECARIEDADE

Dívida emperra solução para cratera em Americana

Aberto há dois anos buraco protagoniza acidentes; falta de certidão impedia uso de repasses

Bruna Mozer
bruna.pinto@rac.com.br
04/06/2013 às 08:14.
Atualizado em 25/04/2022 às 13:38

A Prefeitura de Americana esbarra na falta de Certidão Negativa de Débito (CND) para reconstruir um trecho tomado por uma cratera de 15 metros de profundidade na Estrada Ivo Macris, que liga o município a Paulínia. O dinheiro já está liberado pelo governo do Estado de São Paulo, mas não pode ser usado porque a Prefeitura mantém dívidas e não possui a CND. A cratera foi aberta pelas chuvas fortes em dezembro de 2010 e até agora o local não foi consertado. Na última sexta-feira, um caminhão carregado de cimento caiu no córrego, onde se formou o buraco. O motorista não se feriu. Em abril de 2011, um motociclista morreu ao cair na cratera. Ele estaria em alta velocidade e não teria visto a sinalização na pista.

De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), um convênio com a Prefeitura foi firmado em novembro de 2011 para execução de obras. O valor total é de R$ 2 milhões, sendo R$ 400 mil uma contrapartida da Prefeitura. O montante será pago em seis vezes, conforme as obras forem executadas. Até agora, segundo o DER, duas parcelas foram liberadas.

Em fevereiro do ano passado, o DER disponibilizou R$ 172,1 mil para que fosse iniciado o serviço. “No entanto, a Prefeitura, com problemas na CND, não conseguiu apresentar documentação necessária para auditoria e liberação da segunda parcela”, informou o departamento na tarde de ontem. A segunda parcela foi paga em janeiro deste ano (R$ 371,2 mil) após a apresentação dos documentos.

Por outro lado, a Prefeitura informou que recebeu apenas uma parcela, no valor de R$ 200 mil, e que usou esse recurso para obras iniciais (sondagem de solo, fundação e limpeza). A Administração confirmou que “perdeu a CND há algum tempo”, mas que a recuperou há duas semanas e que poderá retomar as obras. Segundo a assessoria de imprensa, o Município “está engajado em receber o restante da verba”.

A única saída viabilizada pela Prefeitura para os motoristas até agora é uma estrada de terra alternativa, porém, mais longa e com más condições de uso, segundo os usuários. Com isso, eles preferem usar uma pequena pista, com uma inclinação que passa praticamente dentro da cratera e onde já aconteceu uma série de acidentes, como o da última sexta-feira.

A reportagem esteve no local na tarde de ontem e constatou o trânsito intenso. São carros, caminhões e motociclistas passando a todo momento pelo acesso improvisado, apesar dos avisos e bloqueios com tubos de cimento. Como a visibilidade é baixa, os riscos de acidentes são constantes.

Na tarde de ontem, um casal havia caído da moto que derrapou nesse acesso. Os dois não se machucaram. O motociclista que mora em Paulínia, e pediu para não ter seu nome divulgado, contou que pretende pedir demissão de seu emprego em Americana por dificuldades de chegar até a cidade. “Já topei de frente com um caminhão. Aqui é muito perigoso, mas usar a outra estrada é pior. Além de o trajeto ser mais longo, é difícil andar de moto porque a estrada é ruim”, disse.

O motorista Luis Pablos também disse que usa a estrada improvisada, apesar do perigo. “Sempre é preciso esperar outro carro passar para evitar acidentes”, afirma.

Por meio de nota, a Prefeitura informou que existe sinalização viária três quilômetros antes alertando sobre a interdição da área e quanto à proibição do trânsito de caminhões.

“Infelizmente, por imprudência de motoristas, acidentes acabam acontecendo”, informou a nota. Segundo a Prefeitura, no acesso improvisado, ao lado da cratera, podem trafegar somente carros e motos. Caminhões devem usar o caminho de terra alternativo.

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