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Disque-drogas de bairro nobre é desmantelado

Além de cocaína de alto grau de pureza, a dupla vendia também maconha hidropônica

Milene Moreto
21/02/2013 às 17:29.
Atualizado em 26/04/2022 às 03:45
Shade (Gaeco) e Diez (Dise) mostram drogas (Rodrigo Zanotto/ Especial para a AAN)

Shade (Gaeco) e Diez (Dise) mostram drogas (Rodrigo Zanotto/ Especial para a AAN)

Depois de 20 dias de investigação, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) desmantelou um esquema de venda de drogas de alta qualidade para moradores de condomínios de luxo e frequentadores de clubes renomados em Campinas. Os policiais prenderam Luciano Chiriato, conhecido como “Tatu”, de 45 anos, quando o traficante realizava uma entrega de drogas no condomínio Alphaville para um médico psiquiatra. A mulher do acusado, Luciana Rodrigues de Souza, também foi presa por associação ao tráfico. Chiriato foi encaminhado para a cadeia em anexo ao 2º Distrito Policial e Luciana será levada para a Penitenciária Feminina de Paulínia.

Com Luciano a polícia apreendeu meio quilo de cocaína chamada de “nine nine” e maconha “hidropônica”, que tem características diferenciadas e efeito mais forte do que a convencional. A cocaína era vendida a R$ 50,00 a grama, um preço cinco vezes maior do que o estabelecido no mercado comum dos entorpecentes.

Durante 20 dias os promotores do Gaeco e os policiais da Dise monitoraram os telefones utilizados pelos traficantes. As equipes também fizeram filmagens da entrega de drogas em vários clubes de Campinas. Nas interceptações telefônicas, Chiriato se referia a drogas nas conversas com seus clientes como “camarotes” e questionava quantos cada um iria querer.

Conforme informação dos policiais, o traficante mantinha um alto padrão de vida e frequentava muitas festas na cidade e no Litoral. “As investigações agora continuam para saber se os contatos que apareceram no telefone de Chiriato são de usuários ou de pessoas que supostamente possam estar ligadas ao tráfico”, disse o promotor do Gaeco, Ricardo Schade.

Após ser preso no Alphaville, Chiriatto foi conduzido por policiais até a sua casa, na Chácara da Barra. No local, a polícia encontrou mais drogas, uma moto Harley Davidson e uma caminhonete modelo Hilux. Os vizinhos de Chiriatto se disseram surpresos com a notícia de que ele é acusado de tráfico de drogas e o descreveram como “uma pessoa gentil e muito feliz”.

Conforme investigação dos promotores e dos policiais, o sistema de entrega era feito através de um “disque-drogas”. “Os usuários ligavam para o Luciano, que fazia uma espécie de delivery aos clientes. Muitas vezes nos clubes. Em outras ocasiões, na casa dos clientes”, disse o delegado Oswaldo Diez Júnior. Na entrega que faria ao médico que reside no condomínio Alphaville, Chiriato iria lucrar R$ 600,00.

O médico foi levado para a Dise onde confessou aos delegados que havia feito a encomenda da droga. Logo após, foi liberado. A identidade dele não foi revelada.

As investigações continuam agora para identificar outros envolvidos com Chiriato no tráfico e a origem da droga comercializada por ele. O acusado vai responder por tráfico e a pena pode chegar a 15 anos de prisão. A caminhonete e a moto encontradas na casa dele foram apreendidas pela polícia.

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