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Dinossauro sob o olhar da garotada

Por meio de desenhos, pinturas e esculturas, pacientes e familiares do Centro Infantil Boldrini de Campinas tiveram uma manhã colorida

Daniel de Camargo
11/10/2019 às 07:46.
Atualizado em 30/03/2022 às 11:32

Por meio de desenhos, pinturas e esculturas, pacientes e familiares do Centro Infantil Boldrini de Campinas tiveram uma manhã colorida, ontem, quando puderam recriar dois dinossauros brasileiros: Irritator e Uberabatitan. Como parte de uma série de atividades programadas para celebrar o Mês das Crianças, a instituição promoveu uma Oficina de Paleoarte, no anfiteatro da radioterapia. O evento contou com a presença do artista argentino Santiago Druetta, de 40 anos, técnico superior em artes visuais e diplomado em escultura e patrimônio cultural.  A técnica consiste em misturar diversas abordagens artísticas, como a escultura e a pintura, com a paleontologia para dar vida a animais da pré-história. A ideia de levar esse conhecimento aos pacientes do Boldrini partiu de um prêmio recebido na Argentina pelo radiologista do hospital e paleoartista, Cássio Negri, que convidou Druetta para participar da iniciativa. Integrante da organização do evento, a radioterapaueta, Andrea Carmen Raya, comentou que inúmeras crianças são apaixonadas por dinossauros. " A oficina tem esse lado do lúdico, de recriar esse mundo. E também tem o lado da ciência, da preservação, de podermos mostrar um animal que não existe mais", destacou. "Hoje recriamos o dinossauro, amanhã não sabemos", completou. Em sua concepção, trazer esse tipo de arte não tão difundido no Brasil e ainda mais com um talento da casa foi extremamente gratificante. Negri, por sua vez, revelou que o material usado na oficina foi desenvolvido especialmente para o evento. De acordo com o radiologista, toda criança gosta de pintar e desenhar. A mistura dessas ações, pondera, fez a ação ser um sucesso. Trazer um profissional da área como Druetta, considera, foi um diferencial no ensino de uma prática que une as artes plásticas com o conhecimento científico. Residente da província de Córdoba, na Argentina, o artista veio ao País exclusivamente para a atividade no Boldrini. "Promover uma iniciativa como essa é relevante pois envolvemos criatividade", elogiou. O engajamento das crianças e seus responsáveis surpreendeu Druetta. Os pacientes, analisa, assimilaram muito bem a proposta e mostraram levar jeito para essa vertente da arte. Fernanda Alves da Silva, de Rio Claro, acompanhou o filho Ladson, de 15, que serviu de inspiração para a realização da oficina. O adolescente está tratando um tumor no olho. "Ele perdeu a visão e acabou de apegando a arte: gosta de cantar e fazer esculturas", pontuou. Em casa, informou, o jovem utiliza argila. Fernanda enalteceu que o evento propiciou aos presentes a certeza de que um deficiente visual é capaz de desenvolver esse tipo de prática. Sorridente, Ladson informou ter feito cinco dinossauros. Há cerca de dois anos, a pequena Kyara Emanuelly, de 4 anos, trata uma leucemia linfoide aguda (LLA), tipo de câncer do sangue e da medula óssea que afeta os glóbulos brancos. A pequena era uma das mais animadas. Sua mãe, Janaina Ferreira Avelino, a traz do Tocantis até Campinas. Ontem, como parte do tratamento, Kayara precisou fazer jejum. A oficina, segundo Janaina, ajudou ela a se distrair e, consequentemente, evitou que ficasse estressada. Em suas palavras, Kyara se anima quando tem a oportunidade de brincar em sua companhia.

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