CAMPINAS

Dinheiro em ônibus será extinto em seis meses

A medida tem por objetivo vetar o manejo de valores pelos motoristas dos coletivos e impedir a dupla função. Decisão é do Ministério Público do Trabalho

Vinicius Agostini
20/04/2016 às 20:45.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:56

Dentro de seis meses, pagamento da tarifa de ônibus será feita exclusivamente com cartões; segundo a Emdec, apenas 2% usam dinheiro atualmente (Cedoc/RAC)

A circulação de dinheiro dentro dos ônibus de Campinas deve ser extinta em seis meses, de acordo com parecer do Ministério Público do Trabalho (MPT) anunciado na terça-feira. A medida tem por objetivo vetar o manejo de valores pelos motoristas dos coletivos e impedir a dupla função. Para isso, as empresas concessionárias do sistema de transportes estão adquirindo 20 equipamentos ATM’s, similares aos caixas eletrônicos de bancos, onde será possível adquirir o cartão para usar o transporte público. De acordo com a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), atualmente há um percentual de 98% dos usuários do transporte público pagando a tarifa com cartões eletrônicos, como cartões do Bilhete Único e Bilhete Viagem. Somente 2% pagam em dinheiro. Para adquirir o bilhete o usuário deve ir a uma das máquinas, que serão distribuídas em pontos estratégicos da cidade, como terminais urbanos, hospitais e o terminal rodoviário, e realizar a compra do cartão para a viagem através de cartões de crédito ou débito. A Emdec afirma que a implantação dos equipamentos respeitará o prazo estimado de 30 dias, contados a partir de 1º de maio. As máquinas ficarão em teste durante 60 dias. Ao final de todo o cronograma, previsto para 180 dias, ficará proibida manipulação de dinheiro pelos motoristas. Como a decisão parte de um acordo entre o MPT, a Emdec e as empresas de ônibus, caso não seja cumprido, a Prefeitura e as empresas podem responder na Justiça. O diretor de comunicação e marketing da Associação das Empresas de Transporte Urbano de Campinas (Transurc), Paulo Barddal, disse que as máquinas estão sendo compradas pela Transurc. “Das 20 máquinas, 16 já chegaram. Uma delas está exposta no setor de atendimento da Transurc, em fase de testes”. Barddal lembra que a medida vale para toda a frota das associadas à Transurc. Para a atendente comercial Heidi Cristina Centofante, o não uso do dinheiro é mais seguro tanto para o usuário quanto para o motorista. “Além de ser mais seguro, o motorista não exerce a função de cobrador e se concentra apenas em seu serviço”, opina. Roseli Migliorini, de 46 anos, aponta que muitas pessoas que moram fora da cidade serão prejudicadas. “Quem mora fora não sabe que os ônibus não aceitarão dinheiro. Essas pessoas ficarão perdidas”, disse. Aline Ferreira, de 30 anos, diz que a iniciativa é um absurdo e apoia a volta dos cobradores. “O cidadão tem o direito de pagar da forma que ele achar melhor. A solução para o problema é a volta dos cobradores. Mais empregos são gerados, o motorista não ficará desatento com o trânsito”.

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