O quilo mais barato foi encontrado por R$ 5,90 e o mais caro, R$ 11,90, de acordo pesquisa realizada pelo Procon em 38 panificadoras e supermercados
Comerciantes culpam ala do dólar, frete e do preço do trigo importado (Camila Moreira/ AAN)
A diferença no preço do pão francês, em Campinas, pode variar em até 102%, de acordo com levantamento feito pelo Procon em 38 panificadoras e supermercados da cidade. O quilo mais barato foi encontrado por R$ 5,90. Por outro lado, o mais caro chegou a R$ 11,90. A variação chega a ser maior quando a escolha for o pão integral. O preço do quilo mais baixo foi de R$ 7,90, e o mais alto R$ 21,90. Uma variação de 177%. Ainda segundo o levantamento do Procon divulgado nesta segunda-feira (13), o preço varia de acordo com o bairro onde a unidade está localizada. Bairros da região Sudoeste, como Vila Padre Anchieta e região do Ouro Verde, possuem os estabelecimentos que praticam os preços mais baixos, enquanto que bairros da região Leste estão os mais caros.O preço mais baixo para o pão francês foi encontrado em um supermercado na Vila Padre Anchieta, a R$ 5,90 o quilo. O valor mais alto, R$ 11,90, foi verificado em uma padaria da Nova Campinas, demonstrando aí uma diferença de 102%. Integral Já o pão francês integral, o menor preço registrado foi de R$ 7,90 o quilo, em um supermercado do distrito de Nova Aparecida e, o valor mais alto, de R$ 21,90, foi encontrado em uma padaria do bairro Chácara Primavera. Neste caso, a diferença entre o maior e o menor preço foi de 177%. Um dos fatores que explica essa diferença nos preços é a alta do dólar que encareceu o valor da farinha entre 8% e 10%, além do aumento dos combustíveis. A elevação acontece porque metade do trigo consumido no país é importado de países como Argentina. Em algumas padarias os preços ainda não subiram, mas os donos dizem que é só uma questão de tempo, já que algumas ainda tem o produto da matéria-prima em estoque com o preço antigo. Custos Já outro motivo levantado pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação Confeitaria e de Doces e Conservas Alimentícias de Campinas, Ibrahim Hadad Neto, para explicar as diferenças de preço entre os estabelecimentos está relacionado aos custos de localização desses estabelecimentos. "Regiões mais nobres são mais caras, além de exigirem que os estabelecimentos sempre se renovem e disponham de produtos especiais. Muitos utilizam produtos especializados e diferenciados do que outras padarias" , afirmou. Ele também explicou a diferença de preço praticado entre panificadoras e supermercados. "A padaria depende da venda dos produtos relacionados ao trigo, entre outros. Já o supermercado não tem o carro-chefe no pãozinho. Ele pode praticar preços mais baixos do que uma panificadora porque ganha em outros produtos. Somos diferenciados" , afirmou o presidente. Alerta A pesquisa do Procon foi realizada em fevereiro e tem a intenção de se tornar bimestral. "É uma forma de alertar o consumidor que é preciso fazer pesquisa. A justificativa para essa variação é quanto ao material empregado na produção dos pães e também pela localização dos estabelecimentos. Cabe o consumidor adequar ao bolso. Faremos essa pesquisa a cada dois meses para orientar", afirmou o assessor técnico do Procon Campinas, Francisco Togni. O proprietário de uma tradicional panificadora no Jardim Eleonor afirmou que este ano está difícil segurar o preço dos pães. "Seguramos o preço porque temos farinha estocada. O aumento se dá por causa da alta do dólar e do custo do transporte, que piorou com o aumento do combustível. Pelos cálculos de custo o preço correto do pãozinho deveria ser de R$ 13,00 o quilo. Estamos fazendo de tudo para segurar por mais 30 dias", afirmou o empresário, que tem o preço de R$ 10,90 no quilo do produto. Ele lembra que não é só o pãozinho que pode ser reajustado, mas todos os produtos feitos com o trico, como bolos, salgadinhos, doces, entre outros. A dona de casa Maria Célia Camargo, de 55 anos, está de olho no aumento dos preços. "O pãozinho está encarecendo bastante, mas é algo indispensável. O negócio é comprar a quantidade certa para não sobrar", afirmou.