SUSTENTABILIDADE

Dia Mundial sem Carro mostra ótimos exemplos

Objetivo é estimular reflexão sobre o uso excessivo do automóvel

Renato Piovesan
22/09/2018 às 08:39.
Atualizado em 22/04/2022 às 01:16
Sargento Soutello: "No começo, senti um pouco por causa das variações do clima, mas depois acostumei" (Leandro Ferreira/AAN)

Sargento Soutello: "No começo, senti um pouco por causa das variações do clima, mas depois acostumei" (Leandro Ferreira/AAN)

O Dia Mundial Sem Carro, celebrado hoje, tem como objetivo estimular uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel, além de propor às pessoas que dirigem todos os dias que revejam a dependência que criaram em relação ao carro ou moto. O sargento do Corpo de Bombeiros Renato Marques Soutello, de 35 anos, tem descoberto essa nova realidade este ano. Em maio, ele vendeu seu Fox para juntar dinheiro para viajar para Boston, nos Estados Unidos. Quando voltou, pouco depois da greve dos caminhoneiros, se deparou com o litro da gasolina ultrapassando os R$ 4, e resolveu refletir. Decidiu, então, que tentaria seguir sua rotina sem carro. Diariamente, ele pedala cerca de 15km (considerando ida e volta) para ir de sua casa no Jardim Quarto Centenário ao trabalho, no Taquaral. “No começo, senti um pouco por causa das variações do clima. Teve dia que peguei chuva, em outros estava frio. Mas depois acostumei”, disse Soutello, que abraçou a nova rotina e ainda saiu no lucro. Como seu carro não estava quitado, o bombeiro gastava quase R$ 1,5 mil por mês com consórcio, seguro e combustível. “A gente perde um pouco em conforto, mas acho que têm três vantagens de viver sem carro. Primeiro, tem a economia, que tem feito a diferença para mim. E tem também o ganho na saúde, dá uma emagrecida e melhora a qualidade de vida, além da questão ambiental, de contribuir para diminuir a poluição”, comentou. A estudante de jornalismo Caroline Cristina Da Vinha, de 21 anos, também é prova que dá para viver sem pisar na embreagem. Ela é de Cosmópolis e tirou sua carteira de motorista logo que completou 18 anos, mas desde que conseguiu um estágio em Campinas, em janeiro, passou a depender do transporte público para se locomover. “Eu pego quatro ônibus por dia. Acordo sempre às 6h30 pra pegar o ônibus pra Campinas às 7h10. Aí vou praa aula, pro estágio, e só às 18h30 corro pra pegar o último ônibus. Acabo pegando os piores horários no trânsito”, relatou a jovem, que não se importa com os “perrengues” para se locomover. “Colocando na ponta do lápis, eu acredito que é mais fácil andar de ônibus. Ter um carro é muito caro, tem que arcar com gasolina, pedágio e problemas como trocar farol queimado, pneu e etc”, comparou. Mas a estudante reclama de um ponto: “O que me irrita muito é que agora com a retirada dos cobradores de ônibus intermunicipais, quem cobra são os motoristas e isso faz com que os ônibus se atrasem. Eles têm que cobrar e dirigir, isso é péssimo”. Não é só no Dia Mundial Sem Carro que Renato e Caroline se viram sem automóvel, no entanto, eles são minorias. Dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) apontam que a frota de veículos só cresce ano a ano em Campinas. O último balanço, divulgado em julho, aponta a existência de 926 mil carros, caminhões, ônibus e motocicletas na cidade, 16 mil a mais que no mesmo período do ano passado. 

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