DATAS JUNINAS

Dia dos Namorados e festas juninas estimularão vendas na região de Campinas

Fim das restrições da pandemia anima o comércio na região metropolitana

Edimarcio A. Monteiro
31/05/2022 às 09:08.
Atualizado em 31/05/2022 às 09:08
Vitrine de loja exibe ofertas especiais para o Dia dos Namorados: segundo a Acic, o valor médio do presente será de R$ 130, 11,78% superior a 2019 e 4% maior do que no ano passado (Kamá Ribeiro)

Vitrine de loja exibe ofertas especiais para o Dia dos Namorados: segundo a Acic, o valor médio do presente será de R$ 130, 11,78% superior a 2019 e 4% maior do que no ano passado (Kamá Ribeiro)

As duas datas especiais em junho - festa junina e Dia dos Namorados - devem injetar R$ 251,5 milhões na Região Metropolitana de Campinas (RMC), de acordo com estimativa divulgada ontem pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). A previsão é a de que as vendas cheguem a R$ 241,5 milhões apenas para o Dia dos Namoradores, aumento de 7,5% em relação ao faturado na mesma data comemorativa de 2021, superando o movimento do Dia das Mães, avaliado este ano em R$ 212 milhões, até então considerada a segunda principal data para o comércio, atrás apenas do Natal.

Para o economista da Acic, Laerte Martins, o melhor desempenho se deve ao fim das restrições impostas pela pandemia de covid-19, com os estabelecimentos comerciais e serviço funcionando normalmente, como bares, restaurantes, perfumarias e outros. "Isso deve atrair um bom número de namorados para comemorar o dia, já que também não é mais obrigatório o uso das máscaras de proteção em ambientes fechados", afirma.

De acordo com ele, apesar do crescimento este ano, o desempenho deverá ser 32% menor do que em 2019, último Dia dos Namorados comemorado antes do início da pandemia. A expectativa é a de que este ano o valor médio do presente será de R$ 130, valor 11,78% superior a 2019 e 4% maior do que no ano passado. Para o economista da Acic, o aumento no gasto é reflexo da inflação, que elevou o preço dos produtos e afeta o poder de compra dos casais. 

Apenas o comércio de Campinas deverá faturar R$ 112,8 milhões com o Dia dos Namorados, 7,89% a mais do que em comparação a 2021, índice pouco acima da média da RMC. A previsão da Acic é a de que as vendas pela internet registrem aumento de 10% em relação ao ano passado, chegando a R$ 26 milhões. "Essa expectativa de aumento nos deixa muito animados", afirma a gerente de loja Sylvia Nascimento. Para ela, 2020 e 2021 "foram muito ruins" por causa da pandemia. 

"A expectativa é boa, as datas comemorativas vêm mostrando a recuperação da economia, mesmo que de forma lenta", diz o comerciante Luiz Carlos Paranhos. A previsão é que o aumento nas vendas ocorram principalmente no dia 10 e 11 de junho, às vésperas do Dia dos Namorados. Os motivos são a prática do consumidor brasileiro de deixar as compras para a última hora e também o pagamento no 5º dia útil do mês, que em junho será na próxima terça-feira (7). 

Festa junina

A volta este ano da festa junina presencial deverá aumentar o faturamento do comércio de Campinas em R$ 10 milhões, segundo a Acic. É o valor que deverá ser gasto com a compra de produtos típicos, como doces, bebidas e trajes temáticos. Suspensos nos últimos dois anos, igrejas, clubes e entidades assistenciais voltarão a promover os tradicionais arraiais. Segundo Laerte Martins, o número de festas deverá retornar ao mesmo nível do período pré-pandemia.

Em 2020 e 2021, algumas entidades chegaram a promover festas drive-thru, mas sem o mesmo movimento de público. De acordo com o economista da Acic, em 2019, houve uma redução de 6,9% nas vendas de produtos de festa junina em comparação ao ano anterior em virtude da piora dos indicadores econômicos, como inflação, câmbio, juros e crédito. "Com a chegada da pandemia, em março de 2020, as comemorações juninas só aconteceram de forma virtual, sem a valoração significativa em movimentação financeira", diz o economista.

"Amendoim, paçoca e pé de moleque são os nossos carros-chefes e seus preços variam de R$ 1,99 e R$ 25", afirma Maria Janaína Mendes, proprietária de uma distribuidora de doces. De acordo com ela, as vendas começam a subir, mas espera um volume maior a partir dos próximos dias. "As festas começarão a serem feitas a partir do próximo final de semana, o que deverá aumentar a venda de produtos típicos", afirma.

Matheus Palermo Cunha, sócio de uma doceria, espera um aumento nas vendas em torno de 30%. Segundo ele, a paçoca é a campeã de vendas. "Também vendemos bastante pé de moleque, pé de moça, amendoim com casca e milho para fazer pipoca no fogão", afirma.

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