Dia dos namorados e arraiais devem faturar R$ 17 milhões

A Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) divulgou um levantamento sobre as expectativas de faturamento do comércio na cidade para o mês de junho. De acordo com o estudo, estima-se que o faturamento alcance cerca de R$ 17 milhões. As projeções para as festas juninas são particularmente animadoras, com um aumento previsto de 16,67% em relação ao ano passado. Espera-se um valor estimado de R$ 14 milhões para este ano, em comparação aos R$ 12 milhões registrados em 2022. No que diz respeito ao Dia dos Namorados, a Acic prevê vendas no valor de R$ 2,91 milhões em 2023, representando um aumento de 2,46% em relação aos R$ 2,84 milhões alcançados no ano anterior.

Essas projeções trazem esperança tanto aos lojistas quanto aos consumidores. A Acic prevê um crescimento de 2,46% nas vendas físicas relacionadas ao Dia dos Namorados em comparação com o desempenho de junho de 2022. No entanto, o crescimento da data comemorativa dos casais é inferior ao de 2022, que registrou um aumento de 5,30% em relação a 2021. Além disso, em 2020, durante o auge da pandemia, houve uma queda de 32% nas vendas nessa data, que ainda não foi completamente recuperada. Para a Região Metropolitana de Campinas (RMC), a data do Dia dos Namorados indica um aumento de 2,08% no faturamento, atingindo a marca de R$ 6,183 milhões, em comparação aos R$ 6,057 milhões do mesmo período do ano passado.

O economista da Acic, Laerte Martins, afirma que neste ano de 2023, com a pandemia em estado final da "fase emergencial" e com o fim das restrições de abertura para comércio e serviços, principalmente para bares, restaurantes, lojas de joias, perfumarias, floriculturas e salões de beleza, estima-se que um bom número de casais irá comemorar essa data especial.

VENDAS ON-LINE

As compras online estão previstas para ter um papel de destaque no Dia dos Namorados, com um aumento de 7,70% em relação a 2022, movimentando cerca de R$ 6,5 milhões. Apesar do impacto da inflação na economia, que tem reduzido o poder de compra, os namorados estão propensos a gastar mais este ano do que no ano anterior. O valor médio esperado para presentes é de R$ 144,00, um aumento de 10% em comparação com 2022, quando foi de R$ 130,00.

Do montante estimado de R$ 14 milhões de faturamento nas festas juninas, aproximadamente R$ 10,5 milhões serão provenientes das vendas em estabelecimentos físicos e R$ 3,5 milhões das vendas on-line. Isso indica um crescimento em relação ao ano passado, quando o total financeiro das festas foi de R$ 12 milhões, dos quais R$ 10 milhões foram de vendas físicas e R$ 2 milhões de vendas on-line.

A chegada do clima frio deve impulsionar essa melhora na arrecadação, apesar do impacto negativo da inflação, que afeta o poder de compra dos consumidores. Produtos típicos dessa época são amendoim, pipocas, quentão e vinhos, que compõem as quermesses e os arraiais das entidades promotoras das festas.

Consumidores e lojistas do centro comercial em Campinas têm expectativas de um mês de aumento nas vendas. A representante comercial Ana Paula da Silva acredita que os preços irão melhorar em relação ao Dia das Mães. "Nesta semana e nos dias que antecedem o Dia dos Namorados, os preços precisam diminuir para atrair mais clientes. Alguns itens ainda estão caros, é preciso fazer pesquisa", diz ela.

A lojista Rosimeire Magalhães, que trabalha no comércio da Rua Treze de Maio há quatro anos, está otimista com as vendas do mês de junho. Ela menciona que a procura ainda está tímida, mas espera que melhore com a proximidade do Dia dos Namorados. "Os kits de maquiagem, perfumes, relógios, chocolates e lingerie são os principais produtos procurados pelos clientes", elenca a vendedora.

Ângela Silva, funcionária de uma loja de lingeries, observa que as vendas desses produtos não param. Ela destaca uma mudança interessante no perfil dos consumidores, com vários homens comprando lingeries para presentear suas esposas e namoradas, o que mantém as vendas em alta. Além disso, as vendas on-line têm representado uma parte significativa do orçamento da loja, conforme Ângela.

O professor e economista das Faculdades de Campinas (Facamp), Saulo Abouchedid, menciona a tendência de recuperação da economia pós-pandemia, com o setor de serviços sendo um dos mais beneficiados em comparação a 2022. No entanto, ele ressalta que será muito difícil recuperar os números prépandemia devido a uma mudança estrutural significativa causada pelo crescimento do comércio on-line. "O crescimento enorme das vendas pela internet afetaram muito as vendas físicas e não só das lojas do Centro da cidade, como também dos shoppings", confirma o professor.

Abouchedid aposta numa possível melhora na economia no próximo semestre, com esperanças positivas devido à redução da taxa de juros Selic. "O aumento dos investimentos será um desafio não apenas no Brasil. Portanto, é essencial reduzir os juros nos próximos meses", alerta o professor.