Caçambeiros que usam o serviço criticam valor da taxa
Entulhos de construção são despejados na Usina de Resíduos de Materiais, na estrada do Mão Branca (Leandro Ferreira/AAN)
As empresas que despejam diariamente 700 caçambas de entulhos na Usina de Resíduos de Materiais (URM), no Complexo Delta, na estrada da Mão Branca, em Campinas, passarão a pagar taxa de despejo de R$ 10,76 por tonelada ou metro cúbico. A cobrança entrará em vigor ainda este mês, garante o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Dimas Paulella, que estipulou o valor com base em pesquisa de preços em cidades onde esse despejo já é pago.
A medida, segundo o secretário foi discutida em fevereiro com a associação de caçambeiros e teria tido boa receptividade, mas o valor anunciado ontem provocou críticas do diretor da Associação das Empresas Locadoras de Campinas, Luiz Antônio Baú. Ele esperava a comunicação com antecedência suficiente para adequar os preços e mudar contratos. Baú calcula que a cobrança da taxa de despejo causará um impacto de 50% no preço do aluguel das caçambas, que passará da média de R$ 140,00 para R$ 210,00. Hoje o custo para manter uma caçamba em uso é de R$ 120,00. “Mantemos os mesmos preços há três anos sem repassar pneu, diesel, funcionário e manutenção do caminhão.”
Baú acredita que o impacto na mudança de preço da caçamba não afetará o pequeno construtor que, acredita, poderá desistir de utilizar o serviço, optando por usar R$ 50,00 ou R$ 60 de diferença na compra sacos de cimento ou areia para a obra. Os caçambeiros pretendem se reunir na próxima semana com o secretário para tentar baixar a taxa e caso não seja possível, prometem fiscalizar a aplicação da renda em benfeitorias na Usina.
A adequação da Usina inclui as obras na portaria, instalação da balança industrial e distribuição dos chips às 110 empresas cadastradas que deverão circular com o código de barras nos caminhões e nas caçambas. Tudo custará à Administração R$ 400 mil.
Por enquanto o edital de licitação para a compra da balança está sendo avaliado, mas Paulella garante que a cobrança será implantada com a aferição da carga feita por dois fiscais. A previsão é arrecadar R$ 600 mil no primeiro mês de cobrança, dinheiro que será revertido em benfeitorias na URM.
Esta semana o único britador do local quebrou novamente, prejudicando o processamento de 130 a 150 caçambas das 700 que diariamente são despejadas. Com os novos equipamentos, o secretário acredita que o município passará a reciclar 100% do material gerado pela construção civil. No começo do ano a sobrecarga de material e a quebra do triturador provocaram fila de espera de até duas horas para descarte das caçambas.