Levantamento da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) mostra que as maiores vítimas da crise econômica na RMC são os jovens
Levantamento da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) mostra que as maiores vítimas da crise econômica na Região Metropolitana de Campinas (RMC) são os jovens. Há dois anos, 29% de trabalhadores com idades entre 17 e 24 anos estavam sem emprego; no ano passado caiu para 24,1%, que corresponde a 47,9 mil jovens desempregados. Ainda assim a taxa é mais que o dobro em relação à população em geral, onde o desemprego regional atingiu 11,23%, ou 229,2 mil pessoas. Uma das razões para tantos jovens desempregados é a inadequação entre a formação acadêmica e o que o mercado exige. Outra é que, para manter a produtividade, as empresas optam pelos mais experientes, diz o economista da Acic, Laerte Martins. Segundo estimativas da entidade, 25,2% dos jovens entre 17 e 24 anos estão desempregados em Campinas. É um contingente de 16.819 pessoas nessa faixa etária. A participação dos jovens no desemprego na cidade é 120% maior que na população em geral. Na faixa entre 25 a 39 anos, são 56.495 desempregados na região que representam 13,9% da população nessa faixa etária. Já entre 40 e 59 anos está o maior número de desempregados – são 86.015 sem emprego, ou 8,9% das pessoas nesse intervalo de idade. Além disso, há 29.570 desempregados com idades entre 60 a 64 anos, que representam 4,9% dessa faixa. Já entre os trabalhadores com mais de 65 anos, o desemprego ficou em 4,3% (o que representa 9.283 pessoas). “O mercado tende a buscar quem já tem experiência profissional, porque formar mão de obra custa para a empresa. O mercado aqueles que conhecem o trabalho, que têm mais chance de ficar no emprego. Mas isso não é uma visão geral. Empresas que atuam na área de informática, por exemplo, preferem os jovens, mas eles precisam conhecer o trabalho, especialmente no que diz respeito à inovação”, disse o especialista em recursos humanos, Carlos Vicente Rangel. Para o economista Laerte Martins, a tendência é de redução do desemprego, mas ainda pequena e com isso os jovens podem ter mais chances de encontrar trabalho. “Tudo vai depender das reformas, especialmente da Previdência, para que o mercado volte a crescer. Temos pequenos sinais, mas ainda sem muitos otimismos para este ano”, disse Segundo Martins, o jovem enfrenta mais dificuldades de colocação, porque muitas vezes chega ao mercado sem formação, sem especialização. Muitas vezes é seu primeiro emprego, sem experiência. Quando o desemprego atinge toda a população, os jovens são os que mais sofrem, porque representam a maior parcela da população. Isso, segundo ele, é demonstrado pelo número de desempregados em faixas mais altas, como entre 40 a 59 anos, que na região somam 86.015 sem emprego, mas que representam um percentual menor de desempregados na faixa etária. Nesse caso, na RMC, os sem-emprego representam 8,9% dentro da faixa dos 40 a 59 anos. O mesmo ocorre na faixa de 60 a 64 anos, com 29.570 desempregados, ou 4,9% nessa faixa etária. JOVENS NA REGIÃO DESEMPREGO RMC CAMPINAS Faixa etária Desempregados Taxa(%) Desempregados Taxa (%) 17 a 24 47.907 24,1 16.819 25,2 25 a 39 56.495 13,9 19.050 15,1 40 a 59 86.015 8,9 28.392 8,2 60 a 64 29.570 4,9 10.450 4,5 65+ 9.283 4,3 10.019 4,2 Total 229.270 11,23 84.730 11,44 Fonte: Acic