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Desemprego de longo prazo recua na RMC

O número dos chamados desempregados de longo prazo - aqueles que não conseguem trabalho há mais de dois anos - caiu quase 5% na RMC

Francisco Lima Neto
28/06/2019 às 07:34.
Atualizado em 30/03/2022 às 21:42

O número dos chamados desempregados de longo prazo - aqueles que não conseguem trabalho há mais de dois anos - caiu quase 5% na Região Metropolitana de Campinas no primeiro quadrimestre. Em números absolutos, isso significa quase 10,5 mil pessoas que finalmente deixaram essa situação, segundo o Departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a entidade, o início de ano registrou um aumento nas contratações e uma redução nas demissões. A estimativa é que essa tendência se mantenha, apesar da crise, permitindo a recuperação na geração de empregos ainda este ano, principalmente se for aprovada a reforma da Previdência no segundo semestre. No total, a região tem hoje quase 219 mil desempregados. “Faz três anos que estou desempregado. No meu último emprego fiquei por um ano. Está difícil achar outra colocação, e por enquanto estou vivendo de bicos”, disse Joelio Oliveira, de 45 anos. Mesmo quando uma vaga é encontrada, não há garantia de estabilidade. “Trabalhei seis meses em uma empresa como porteiro em 2017. Ela faliu e eu fiquei um ano desempregado. Esse ano consegui uma nova vaga também como porteiro, mas só fiquei quatro meses, porque a empresa perdeu o posto de serviço. Hoje estou desempregado de novo”, contou Aparecido Santos Silva, de 52 anos. Em todo o País, a parcela de desempregados de longo prazo atinge 24,8% dos trabalhadores, ou 3,3 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esse tipo de desemprego atinge mais mulheres (28,8% nesta condição, contra 20,3% dos homens) e pessoas com mais de 40 anos (27,3% do total). As regiões Norte e Nordeste são as que mais possuem pessoas nessa situação. O Ipea também analisou os contratos de trabalho intermitente (temporário e esporádico) e de jornada parcial (até 30 horas semanais), que totalizam 15,5% do total de empregos com carteira assinada gerados a partir da reforma trabalhista aprovada em 2017. Das 507.140 novas vagas de trabalho abertas de novembro daquele ano até abril agora, 58.630 foram para trabalho intermitente e 19.765 para parcial - geralmente nos setores de serviços e comércio. A maioria dessas vagas está concentrada nas empresas de pequeno porte, com até 19 funcionários. Para o Ipea, o restante do ano é de expectativa positiva, com recuperação gradual da ocupação e da renda média. Uma queda mais expressiva da taxa de desemprego, contudo, só é esperada em 2020. País gera 32,1 mil vagas com carteira assinada em maio A criação de empregos com carteira assinada teve saldo positivo em maio, com a criação de 32.140 vagas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem pelo Ministério da Economia. O positivo foi resultado de 1.347.304 admissões contra 1.315.164 desligamentos. É o terceiro ano seguido em que maio apresenta saldo positivo, apesar de uma ligeira queda no volume total na comparação com o mesmo mês nos anos de 2017 (34,2 mil) e 2018 (33,6 mil). Para o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, o resultado está em sintonia com o desempenho da economia, mas ainda abaixo do desejado. “A geração de emprego está em linha com o que a economia vem demonstrando, mas não é tão grande quanto se gostaria”, disse. Apesar de a criação de empregos ter diminuído no mês passado na comparação com anos anteriores, Dalcolmo não vê tendência de queda. “Não há tendência nem de subida, nem de descida na geração de empregos. A economia está em compasso de espera”, afirmou. Com o resultado de maio, no acumulado do ano foram criados 351.063 postos de trabalho, o que elevou para 38,761 milhões o estoque de empregos formais no País - o maior número desde 2016. O crescimento do número de vagas em maio foi impulsionado pela agropecuária, com 37.373 vagas abertas; construção civil, com 8.459; e serviços, com 2.533. Já o comércio demitiu mais que contratou, com o fechamento de 11.305 postos. Também perdeu vagas a indústria de transformação, com 6.136 empregos a menos. (Agência Brasil)

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