O número de desempregados em Campinas em março cresceu 1,7% em relação a fevereiro, e fechou trimestre com 85.007 trabalhadores fora do mercado
O número de desempregados em Campinas em março cresceu 1,7% em relação a fevereiro, e fechou trimestre com 85.007 trabalhadores fora do mercado de trabalho, o equivalente a 11,45% da população economicamente ativa, segundo levantamento da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), o desemprego estabilizou em 10,74%, com 220.253 pessoas sem emprego, equivalente à população de Hortolândia ou às cidades de Artur Nogueira, Holambra, Jaguariúna, Morungaba e Vinhedo juntas. Apesar de ainda registrar altas taxas, a região está em situação melhor do que há um ano, quando o desemprego atingia 12,34% da população e tinha 246.169 desempregados. O nível de desemprego na RMC está abaixo da média nacional, que foi de 12,7% no primeiro trimestre deste ano. O economista da Acic, Laerte Martins, observa que apesar das expectativas do início do ano, de melhoria na oferta de trabalho com o envio do projeto da reforma da Previdência ao Congresso, isso não ocorreu em março. “O que tivemos foi uma retração no emprego, porque as discussões que estão ocorrendo em Brasília e as informações desencontradas do governo formam um ambiente de desconfiança. Toda vez que mexe em números, a Bolsa cai e o dólar sobe. Nesse ambiente, o empresário não investe e o emprego não cresce”, afirmou. Segundo o economista, para piorar o impacto sobre a empregabilidade de março, houve uma paralisação do andamento da reforma da Previdência, que desanimou o investidor. “Se a reforma sair, o impacto não será imediato. Na melhor das hipóteses, começaremos a ver reflexos positivos na economia no final de 2020”, disse. O economista Ricardo Velloso avalia, no entanto, que todas as expectativas de crescimento da economia estão sendo depositadas na reforma, mas que ela, por si só, não será capaz de potencializar investimentos. “Se for desidratada, não dará resultados e poderá piorar a economia, afastando investidores. Ela sinaliza melhora, mas será preciso muito mais que isso. O investidor precisa de segurança jurídica, o que não estamos vendo nesses primeiros meses de governo”, afirmou. A RMC fechou março com a geração de 327 empregos com carteira assinada, o pior saldo desde 2017, quando a região perdeu 497 postos de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) Com isso, no acumulado do primeiro trimestre do ano, o saldo foi positivo em 7.549. Na região, a situação só não está pior por causa do trabalho informal e daqueles que atuam por conta própria, mas sem carteira assinada. São 970.754 pessoas nessa situação, segundo a Acic. Em Campinas, 40% da população economicamente ativa estão na informalidade (são 298.762 nessas condições). Das 20 cidades da RMC, 18 conseguiram reduzir o desemprego no último ano fechado em março. Mas duas delas, Jaguariúna e Monte Mor, registram crescimento no número de desempregados. Em Jaguariúna são 7.277 pessoas fora do mercado de trabalho, um aumento de 12,1% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. A cidade registra 13,7% da população economicamente ativa desempregada. Em Monte Mor, são 3.488 fora do mercado, 39,6% a mais que em 2018. Apesar de registrar queda no desemprego, Morungaba é a cidade com a maior taxa, com 17,10% fora do mercado. Dia do Trabalhador O Dia do Trabalhador em Campinas será lembrado hoje com protesto das entidades sindicais, que programaram um ato em frente à Catedral, no Centro, “em defesa dos direitos dos trabalhadores , contra o fim da aposentadoria, mais empregos, e salários decentes”. A concentração está marcada para as 9h30, no Largo do Pará, de onde sairá caminhada até a Catedral. A Missa dos Trabalhadores está prevista para as 9h. Após a celebração, às 10h30, haverá o ato. Também haverá apresentações musicais na Praça Arautos da Paz durante todo o dia e debates na Casa de Vidro do Lago do Café, dentro da programação da segunda edição do Fórum Campinas Pela Paz. EMPREGO E DESEMPREGO NA RMC Cidade Formal Informal Total Desemprego % PEA Americana 66.583 74.454 141.037 17.414 10,99 Artur Nogueira 7.013 17.879 24.892 3.520 12,39 Campinas 258.654 298.762 675.416 85.007 11,45 Cosmópolis 9.564 21.022 30.586 4.389 12,55 Engenheiro Coelho 2.946 6.214 9.160 724 7,32 Holambra 7.615 5.000 12.615 782 5,84 Hortolândia 37.868 95.669 133.537 11.565 7,97 Indaiatuba 61.490 82.362 143.852 11.984 7,69 Itatiba 35.030 33.589 68.619 9.490 12,15 Jaguariúna 30.529 15.308 45.837 7.277 13,70 Monte Mor 9.668 17.410 27.078 3.488 11,41 Morungaba 7.525 4.697 12.222 2.521 17,10 Nova Odessa 18.198 17.766 35.964 5.816 13,92 Paulínia 31.676 26.358 58.034 11.870 16,98 Pedreira 11.975 9.980 21.955 2.534 10,35 Sta. Bárbara d'Oeste 42.832 82.793 125.625 9.195 6,82 Sto. Antônio de Posse 8.710 3.032 11.742 847 6,73 Sumaré 41.731 119.882 161.613 16.472 9,25 Valinhos 36.280 31.403 68.683 8.033 10,61 Vinhedo 33.468 7.174 40.642 7.325 15,27 Total 59.355 970.751 1.830.108 220.253 10,74 Fontes: Caged e Departamento de Economia da ACIC