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Desempregados são mais de 220 mil

O número de desempregados em Campinas em março cresceu 1,7% em relação a fevereiro, e fechou trimestre com 85.007 trabalhadores fora do mercado

Maria Teresa Costa
01/05/2019 às 11:59.
Atualizado em 04/04/2022 às 08:19

O número de desempregados em Campinas em março cresceu 1,7% em relação a fevereiro, e fechou trimestre com 85.007 trabalhadores fora do mercado de trabalho, o equivalente a 11,45% da população economicamente ativa, segundo levantamento da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), o desemprego estabilizou em 10,74%, com 220.253 pessoas sem emprego, equivalente à população de Hortolândia ou às cidades de Artur Nogueira, Holambra, Jaguariúna, Morungaba e Vinhedo juntas. Apesar de ainda registrar altas taxas, a região está em situação melhor do que há um ano, quando o desemprego atingia 12,34% da população e tinha 246.169 desempregados. O nível de desemprego na RMC está abaixo da média nacional, que foi de 12,7% no primeiro trimestre deste ano. O economista da Acic, Laerte Martins, observa que apesar das expectativas do início do ano, de melhoria na oferta de trabalho com o envio do projeto da reforma da Previdência ao Congresso, isso não ocorreu em março. “O que tivemos foi uma retração no emprego, porque as discussões que estão ocorrendo em Brasília e as informações desencontradas do governo formam um ambiente de desconfiança. Toda vez que mexe em números, a Bolsa cai e o dólar sobe. Nesse ambiente, o empresário não investe e o emprego não cresce”, afirmou. Segundo o economista, para piorar o impacto sobre a empregabilidade de março, houve uma paralisação do andamento da reforma da Previdência, que desanimou o investidor. “Se a reforma sair, o impacto não será imediato. Na melhor das hipóteses, começaremos a ver reflexos positivos na economia no final de 2020”, disse. O economista Ricardo Velloso avalia, no entanto, que todas as expectativas de crescimento da economia estão sendo depositadas na reforma, mas que ela, por si só, não será capaz de potencializar investimentos. “Se for desidratada, não dará resultados e poderá piorar a economia, afastando investidores. Ela sinaliza melhora, mas será preciso muito mais que isso. O investidor precisa de segurança jurídica, o que não estamos vendo nesses primeiros meses de governo”, afirmou. A RMC fechou março com a geração de 327 empregos com carteira assinada, o pior saldo desde 2017, quando a região perdeu 497 postos de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) Com isso, no acumulado do primeiro trimestre do ano, o saldo foi positivo em 7.549. Na região, a situação só não está pior por causa do trabalho informal e daqueles que atuam por conta própria, mas sem carteira assinada. São 970.754 pessoas nessa situação, segundo a Acic. Em Campinas, 40% da população economicamente ativa estão na informalidade (são 298.762 nessas condições). Das 20 cidades da RMC, 18 conseguiram reduzir o desemprego no último ano fechado em março. Mas duas delas, Jaguariúna e Monte Mor, registram crescimento no número de desempregados. Em Jaguariúna são 7.277 pessoas fora do mercado de trabalho, um aumento de 12,1% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. A cidade registra 13,7% da população economicamente ativa desempregada. Em Monte Mor, são 3.488 fora do mercado, 39,6% a mais que em 2018. Apesar de registrar queda no desemprego, Morungaba é a cidade com a maior taxa, com 17,10% fora do mercado. Dia do Trabalhador O Dia do Trabalhador em Campinas será lembrado hoje com protesto das entidades sindicais, que programaram um ato em frente à Catedral, no Centro, “em defesa dos direitos dos trabalhadores , contra o fim da aposentadoria, mais empregos, e salários decentes”. A concentração está marcada para as 9h30, no Largo do Pará, de onde sairá caminhada até a Catedral. A Missa dos Trabalhadores está prevista para as 9h. Após a celebração, às 10h30, haverá o ato. Também haverá apresentações musicais na Praça Arautos da Paz durante todo o dia e debates na Casa de Vidro do Lago do Café, dentro da programação da segunda edição do Fórum Campinas Pela Paz. EMPREGO E DESEMPREGO NA RMC Cidade                         Formal  Informal  Total  Desemprego  % PEA Americana                     66.583    74.454    141.037  17.414  10,99 Artur Nogueira                7.013     17.879     24.892    3.520   12,39 Campinas                   258.654  298.762  675.416 85.007 11,45 Cosmópolis                    9.564      21.022     30.586    4.389   12,55 Engenheiro Coelho          2.946       6.214      9.160      724      7,32 Holambra                       7.615       5.000     12.615     782       5,84 Hortolândia                   37.868     95.669    133.537  11.565    7,97 Indaiatuba                    61.490     82.362    143.852  11.984    7,69 Itatiba                          35.030     33.589     68.619    9.490   12,15 Jaguariúna                    30.529     15.308     45.837    7.277   13,70 Monte Mor                      9.668     17.410     27.078    3.488   11,41 Morungaba                     7.525       4.697     12.222    2.521   17,10 Nova Odessa                 18.198     17.766     35.964    5.816   13,92 Paulínia                         31.676     26.358     58.034   11.870  16,98 Pedreira                        11.975      9.980      21.955    2.534   10,35 Sta. Bárbara d'Oeste      42.832     82.793    125.625    9.195    6,82 Sto. Antônio de Posse      8.710      3.032      11.742      847      6,73 Sumaré                         41.731    119.882   161.613   16.472   9,25 Valinhos                        36.280     31.403     68.683    8.033   10,61 Vinhedo                         33.468     7.174      40.642    7.325   15,27 Total                           59.355  970.751 1.830.108 220.253 10,74 Fontes: Caged e Departamento de Economia da ACIC

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