O animal foi criado solto e junto das pessoas. No entanto, com o passar do tempo ele cresceu e passou a comer outros bichos na região, e por isso, ficou preso em um cativeiro ilegal
Onça ainda dormia quando desembarcou em Viracopos ( Elcio Alves)
O Aeroporto Internacional de Viracopos recebeu na noite desta quarta-feira (8) uma “passageira” inusitada e inédita. Pela primeira vez, desembarcou no terminal uma onça-pintada de grande porte, com cerca de um ano e meio e 80 quilos. Uma operação especial precisou ser feita para o transporte do felino, que foi capturado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em uma área de garimpo, na zona rural de Novo Progresso, no Pará. O animal foi criado solto e junto das pessoas. No entanto, com o passar do tempo ele cresceu e passou a comer outros bichos na região, e por isso, ficou preso em um cativeiro ilegal. Denúncias e o monitoramento de redes sociais levaram os agentes do órgão federal ao seu encontro. Começava ali a saga de Felipe — como é chamada a onça — e o seu transporte para Associação Mata Ciliar, entidade referência na recuperação de felinos e outros animais silvestres em Jundiaí. Primeiro, o bicho foi colocado em uma caixa de madeira especial e fez uma viagem de dez horas até Cuiabá, capital do Mato Grosso. Por volta das 11h30, embarcou em um voo de passageiros até Brasília, onde fez uma conexão. O desembarque em Viracopos aconteceu por terra, às 18h35, também em um voo normal. A operação para retirada do compartimento durou cerca de 50 minutos e contou com a ajuda de quatro funcionários da TAM Cargo, responsável pelo transporte. A onça, que ainda é considerada jovem, chegou a Campinas ainda sob efeito de tranquilizantes e dormindo. Ainda não se sabe se ela poderá voltar à natureza.